O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (16) que nunca tomou conhecimento de qualquer iniciativa para falsificar o seu cartão de vacinação ou o de sua filha. De acordo com Fábio Wajngarten, seu advogado e ex-secretário de Comunicação, o depoimento durou cerca de 3 horas.
Bolsonaro depôs à PF por conta do inquérito que o investiga por possível falsificação em dados do Ministério da Saúde. A ida do ex-presidente ocorre praticamente duas semanas após a realização da operação Venire, que expôs a intervenção do seu ex-ajudante de ordens, tenente Mauro Cid, ao modificar dados com o objetivo de provar que a própria família e a família de Bolsonaro foram vacinadas para que viajassem ao exterior.
No depoimento, Bolsonaro reiterou que nunca se vacinou contra a Covid-19. Segundo o presidente, a sua filha Laura, hoje com 12 anos, também não tomou nenhum dos imunizantes disponíveis.
Wajngarten fez uma publicação na rede social Twitter a respeito do depoimento depois que Bolsonaro deixou a PF. Segundo ele, o presidente respondeu a todas as perguntas e coloca-se à disposição da Justiça. Também negou ter qualquer envolvimento com “qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito”, o que incluiria os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
O depoimento do Pr @jairbolsonaro transcorreu de forma côrtes e republicana, com duração aproximada de 3 horas.
O Pr respondeu a todas as perguntas.
O Pr reiterou que jamais se vacinou, que desconhecia toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração…— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) May 16, 2023
Apreensão
O depoimento gera apreensão no núcleo dos Bolsonaro e da família de Mauro Cid, pois o militar que está preso desde o dia 3 de maio trocou de advogado de defesa. Rodrigo Roca, também advogado da família do ex-presidente, deixou o cargo para dar lugar a dupla de advogados especializados em delação premiada, Bruno Buonicore e Bernardo Fenelon.
A troca de advogados vem da insatisfação da família de Cid, em especial do pai, general Mauro Cesar Lourena Cid, que vê abandono na postura do ex-presidente em relação ao filho.
Outro ponto que complexifica a condição do ex-presidente são as informações sobre repasses de verba que o então ajudante de ordens Mauro Cid fez em espécie para a ex-primeira dama.
Desde que deixou o Executivo, esta é a terceira vez que o ex-presidente comparece à Polícia Federal. No dia cinco de abril, ele depôs sobre a entrada de joias vindas da Arábia Saudita e 21 dias depois deu explicações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
O lulla não sabia do mensalão.
O bolsonaro não sabe das fraudes.
O congresso não sabe como representar a sociedade.
A sociedade não sabe votar.
O Brasil não sabe quando vai sair das amarras da corrupção, de um parlamento inchado e corrompido, e de um futuro incerto e tenebroso.