O desencontro entre o presidente Lula (PT) e o líder ucraniano, Volodymyr Zelenski, gerou um desconforto internacional entre os dois países, e uma série de explicações de ambos os presidentes durante o encontro do G7, grupo que reúne os 7 países mais industrializados do mundo em Hiroshikma, Japão. Marcado para ocorrer neste domingo (21), a reunião entre os presidentes ficou no vácuo, o que colocou em compasso de espera até mesmo a possível criação de um grupo internacional para discutir a paz entre Rússia e Ucrânia, em um conflito que já dura mais de um ano.
Na Europa, onde a equipe do Congresso em Foco se encontra, a informação passada por fontes brasileiras dando conta de que Lula chegou a adaptar outros encontros para que pudesse abrir espaço na agenda, de “última hora”, para para encaixar uma reunião com Zelenski. O desentendimento nas agendas partiu da equipe de Zelenski, segundo o Planalto.
Foi o cerimonial do presidente ucraniano que pediu a reunião às 18h de domingo (21). Houve concordância por parte da equipe de Lula. Logo depois, os representantes de Zelenski solicitaram uma troca de horário, para às 17h. Segundo o Palácio, Lula concordou, mas, mais tarde, a equipe de Zelenski voltou a alterar o horário, afirmando que o presidente da Ucrânia só poderia chegar às 15h. A partir de então, foi Lula que não pode, de acordo com a equipe do Palácio do Planalto.
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Diante das idas e vindas das agendas, o desencontro acabou sendo o tema da pauta que norteou a participação de ambos os presidentes no encontro internacional. Lula não escondeu o desconforto com o encontro não realizado e falou sobre isso antes de deixar o Japão.
“Esperamos, recebemos a informação de que eles tinham atrasado e, enquanto isso, atendi o Vietname (líder do país). Ele (Zelenski) foi embora e a Ucrânia não apareceu. Simplesmente foi isso que aconteceu”, resumiu Lula, que completou.
“Gostaria de me encontrar com ele e discutir o assunto. Mas veja, o Zelenski é maior de idade, ele sabe o que faz”.
Na Europa, a imprensa local repercutiu a fala do presidente brasileiro. Zelenski, na análise das agências internacionais, agiu de forma irônica ao falar do desencontro com o presidente brasileiro.
“Acho que ele (Lula) é que ficou desapontado. Encontrei com quase todo mundo, mas todos têm seus próprios horários”, disse Zelenski.
O desencontro de agendas entre os presidentes do Brasil e da Ucrânia acabou colocando em compasso de espera o possível avanço de um grupo internacional para mediar a paz entre os dois países. O colegiado tem sido defendido internacionalmente por Lula.
“É preciso parar a guerra e ter alguém que vá lá para conversar. Eu não quero agradar ninguém. Quero construir uma forma de colocar os dois países na mesa. Não precisa destruir o mundo para encontrar a paz. Parem enquanto é tempo”, afirmou Lula em abril, em Portugal, quando esteve com o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa.
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