Após uma pressão generalizada que colocou em ebulição as relações entre o governo e o União Brasil, o presidente Lula (PT) decidiu manter, ao menos por enquanto, Daniela Carneiro no comando do ministério do Turismo. A manutenção de Daniela foi selada em uma reunião no Palácio do Planalto com o próprio presidente Lula nesta terça-feira (13). Aliados afirmam que, apesar de a saída ser dada como certa, Lula quer que a ministra comande a transição ao novo escolhido, que deve ser o deputado Celso Sabino (União-PA).
“Estou à disposição do presidente Lula porque eu sou indicação do presidente”, disse a ministra, na tarde desta terça.
A situação de Daniela se complicou depois que o seu marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho, rompeu com o União e se filiou ao Republicanos. Waguinho também esteve na reunião com o presidente Lula nesta manhã, da qual também participou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Depois da reunião com o presidente, Daniela foi à Câmara conversar com deputados. O líder do União Brasil na Casa, Elmar Nascimento (BA), chamou uma reunião com os parlamentares da legenda para tratar do assunto.
A troca no ministério era vista como uma alternativa pelo presidente Lula para conter a insatisfação do União Brasil, que, mesmo com três ministros, recusa-se a fazer parte da base governista. Como mostra o Radar do Congresso, ferramenta de monitoramento do Congresso em Foco, o União votou em apenas 63,5% das vezes, em média, conforme a orientação do governo na Câmara este ano. Esse é o parâmetro usado pelo Radar para aferir o índice de governismo.
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Sabino, que é cotado para a vaga, tem o aval do presidente da sigla, Luciano Bivar, do líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Elmar argumentou com o presidente que a substituição seria a melhor estratégia para conter a oposição ao governo dentro da bancada. Sabino também conta com o apoio de Luciano Bivar.
Recentemente, Sabino votou a favor da proposta que estabelece um marco temporal para o reconhecimento da demarcação de terras indígenas, votação considerada uma derrota para o governo. Por outro lado, votou em outros dois projetos importantes para o presidente Lula: a MP 1154/23, que reestruturou os ministérios – ainda que com o esvaziamento do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas – e o PLP 93/23, do arcabouço fiscal.
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