Líder do Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR) afirmou nesta terça-feira (13) ao Congresso em Foco que uma CPI da Covid ampla evitaria a “vitimização” por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro. O senador entende que a investigação não será completa se ignorar as denúncias de desvios de recursos federais repassados a estados e municípios na pandemia.
Alvaro Dias defende que, com o requerimento de ampliação do escopo da CPI apresentado por seu colega de partido Eduardo Girão (CE), a comissão ganha caráter suprapartidário, por haver prefeitos e governadores de diversas siglas.
“Portanto, eliminou-se o pretexto de que se armava um palanque para alvejar o presidente da República. Por isso é importante, para evitar a vitimização. Aliás, o presidente é especialista na arte de se vitimizar.”
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Além do pedido liderado por Girão, que já conta com a assinatura de 41 senadores segundo ele, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também conseguiu apoio para requerer a abertura de uma CPI. Porém, o pedido do parlamentar da Rede é mais restrito por focar apenas no governo federal.
PublicidadeA investigação de governadores e prefeitos cabe às assembleias legislativas e câmaras municipais, respectivamente. Porém, a CPI do Senado poderá apurar o destino das verbas federais aos entes.
Os requerimentos de instalação da CPI devem ser lidos na sessão do plenário do Senado desta tarde. O líder do Podemos acredita que ainda nesta terça definirão o formado da comissão.
“Eu acho que não se justifica esse festival de CPI, basta uma. Nós já estamos atuando de forma limitada. Parece mais busca de protagonismo”, disse sobre a CPI virar uma comissão mista ou sobre a Câmara também instaurar comissão semelhante.
A partir da decisão de instalar a comissão, os partidos e blocos terão até cinco dias úteis para indicar os onze integrantes da CPI.
Questionado sobre a postura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de não instalar a comissão até ser obrigado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), Alvaro Dias afirma que, desde a campanha ao comando da Casa, o mineiro já afirmava seu “desapreço a CPIs”.
Segundo o líder do Podemos, Pacheco não gosta desse “instituto”, mas sempre afirmou que cumpriria o regimento e decisões judiciais caso fosse determinada a instalação de um a comissão de inquérito. Além disso, lembrou Alvaro Dias, o presidente do Senado sempre foi contra abrir uma CPI que exige atividades presenciais em meio à pandemia.