Líderes caminhoneiros, como o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores, Wallace Landim, conhecido como Chorão, gravaram vídeos e fizeram lives durante o fim de semana convocando para a greve marcada para esta segunda-feira (1º), véspera do feriado do Dia de Finados (2). Os caminhoneiros prometem parar o país, e há a expectativa de bloqueio de rodovias.
Enquanto a greve ameaça paralisar o país, o presidente Jair Bolsonaro segue na Itália. Nesta segunda-feira, ele será homenageado na cidade de origem dos seus antepassados, a família Bolzonaro (o sobrenome foi modificado, trocado o z pelo s depois que a família migrou para o Brasil). Receberá o título de cidadão honorário na cidade Anguillera Vêneta, na região de Pádua. A visita é cercada de polêmica. Bolsonaro tem o apoio da prefeita da cidade, Alessandra Buoso, que, inclusive, oferecerá um almoço a ele e à sua família. Mas outros grupos protestam contra a homenagem. Na semana passada, a prefeitura foi pichada e suja com esterco por manifestantes. O presidente visitará também a Basílica de Santo Antonio de Pádua, mas não será recebido oficialmente na igreja. A diocese chegou a divulgar uma nota dizendo que a homenagem feita na cidade de Anguillera causava “embaraço”.
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Enquanto Bolsonaro permanece na Itália, a grande maioria dos líderes mundiais que estavam com ele no fim de semana na reunião do G20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, deslocou-se para Glasgow, na Escócia, onde é realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a Cop26. Cercada de desconfianças, a delegação brasileira não terá o presidente brasileiro.
Na semana passada, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que Bolsonaro não iria para “não levar pedradas”. A delegação brasileira será comandada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. O ministro terá o desafio na reunião de desfazer as desconfianças que o mundo hoje tem das posições ambientais do governo brasileiro. Leite afirmou na semana passada que defenderá na reunião que os países desenvolvidos ajudem na promoção de medidas de descarbonização e evolução do planeta para uma economia verde.
No Brasil, a semana começa sob a expectativa da anunciada greve dos caminhoneiros. Entre as principais demandas da categoria estão a revisão da política de preços dos combustíveis na Petrobras, o estabelecimento de um valor mínimo de frete e a melhoria e construção de novos pontos de descanso para a categoria. Os caminhoneiros estão com uma proposta de preços do óleo diesel para apresentar ao governo. Eles atacam a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pela Petrobras, e propõem a política de preço de paridade de exportação (PPE), baseada exclusivamente em custos nacionais.
Durante a semana passada, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, chegou a minimizar a greve, declarando não acreditar que a adesão dos caminhoneiros fosse grande. A declaração do ministro, porém, parece ter acirrado os ânimos da categoria. Alguns segmentos da economia, especialmente no setor varejista, já tinham planos de contingência para prevenir possíveis situações de desabastecimento.
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