O presidente Jair Bolsonaro falou pela primeira vez em público sobre o novo ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Em entrevista à Rede Nordeste de Rádios, Bolsonaro comentou que esta era a vontade do senador, considerado um dos líderes do Centrão.
“Ele falou para mim que o sonho da vida dele era ocupar um ministério desse”, disse Bolsonaro. “Não é o Ministério das Minas e Energia, que tem um orçamento bilionário; não é transporte ou desenvolvimento regional. É a chefia da Casa Civil, é a alma de um governo”.
Bolsonaro também afirmou esperar que a posse de Ciro na pasta, considerada o braço direito da Presidência da República, represente o aumento da interlocução com o parlamento de maneira salutar, “e não de forma comprada como acontecia no passado”.
O presidente ainda disse que a aliança entre Ciro e o PT é coisa do passado e que o futuro ministro da Casa Civil está “feliz” em assumir a pasta. “As pessoas mudam e o Ciro está feliz”, disse, reforçando o peso da pasta.
Ainda durante a entrevista, o presidente argumentou, para justificar a escolha, que quanto Ciro quanto ele acreditavam em Deus e comparou o episódio da facada que sofreu nas eleições de 2018 ao incidente vivenciado por Ciro Nogueira no voo em que retornava de férias no México. “É o momento em que você procura se encontrar, de onde vim e para onde vou. então foi um sinal de Deus, no dia seguinte ao convite que eu fiz a ele, esse episódio”.
Candidatos em 2022
De acordo com o presidente Bolsonaro é esperado que “um terço dos meus ministros se lancem candidatos ano que vem” a cargos estaduais e federais.
O presidente, no entanto, apontou condicionantes: “Eu já falei com eles que estão abertos – quem quiser ser candidato, boa sorte. E eles sabem muito bem que têm chances de vitórias se eu estiver bem”, comentou.
Questionado especificamente sobre o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, Bolsonaro falou que “depende dele” e que “irá dar um show” em seu respectivo estado. O nome do ministro é ventilado como o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo.
Já sobre o nome específico do ministro do Turismo, Gilson Machado, Bolsonaro negou crer na possibilidade do pernambucano se lançar candidato a governo por falta de apoios em estaduais. O presidente, no entanto, aposta na candidatura de Machado ao Senado.
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