*André Giusti
O Brasil é feito um grande meninão de 50 anos com cabeça de 15.
Que faz besteira desde os 15 e não se toca que já está com 50.
Coleciona burradas e delas não armazena qualquer aprendizado.
Recebeu uma Copa do Mundo, sediou uma Olimpíada.
Dez anos atrás (exatamente) alardeava-se os benefícios que os dois eventos trariam ao país.
Era o tal legado, palavra grandiosa, dona de certa aura de mitologia grega (a depender da imaginação) que, embora não tenha esse significado, na 1ª vez que a escutamos chega a sugerir riqueza.
É só olhar para a nojeira que continua a Baía de Guanabara, para a sucata das instalações olímpicas e para os elefantes brancos que são a maioria dos estádios da Copa e a gente entende o meninão de 50 com miolo de 15.
Agora a história se repete (como farsa) nessa ideia de se construir um autódromo no Rio, que, diga-se de passagem, perdeu o seu antigo justamente por causa da Olimpíada.
Dessa vez, o legado terá entrega imediata, não será preciso esperar: 180 mil árvores serão derrubadas em uma área remanescente de mata atlântica, a última em zona plana, segundo especialistas.
Um autódromo para ficar abandonado como estava o de Jacarepaguá? Como está há sei lá quantos anos o de Brasília?
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Meninão Brasil, se liga!
Pare de ficar sem pagar a escola dos filhos só para ir a restaurante de luxo e ter carrão importado.
*André Giusti é jornalista e escritor. Trabalha atualmente como assessor parlamentar no Senado. Mantém blog e site em www.andregiusti.com.br
>O perigo de se estudar o que ensina a pensar
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