“Esse caso não tem nada a ver com o meu governo. O meu governo são os ministros, [presidentes de] estatais e bancos oficiais”, disse Jair Bolsonaro em live nesta quinta-feira (15). Ele fazia referência à operação que encontrou R$ 30 mil na cueca do vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que pediu para deixar o posto nesta quinta.
“Olha, pessoal, eu tenho no total 18 vice-líderes no Congresso: 15 na Câmara, que foram indicados pelos respectivos líderes partidários, e três no Senado, que é de comum acordo. Esse senador era uma pessoa que gozava do prestígio, do carinho de quase todos e eu nunca vi ninguém falar nada contra ele. Aconteceu esse caso, lamento. Hoje ele foi afastado da vice-liderança. Agora, querer vincular o fato de ele ser vice-líder à corrupção no governo tem nada a ver”, reforçou.
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Próximo de Chico Rodrigues, o presidente tentou desvincular a aliança com o senador de seu governo. O senador foi nomeado pelo presidente no início de 2019. O presidente também pontuou que, apesar das negativas sobre escândalos de corrupção no governo federal, não acabou a corrupção no Brasil. “Pode estar havendo corrupção em algum setor? Pode, porque não é fácil você administrar”, admitiu.
O senador Chico Rodrigues é investigado pela operação Desvid-19, que apura desvios de recursos públicos no combate à pandemia em Roraima. A operação foi deflagrada na quarta (14) de forma conjunta pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Também participaram da transmissão nesta quinta os chefes das duas pastas, Wagner Rosário, da CGU, e André Mendonça, da Justiça.
Lava Jato
Depois de ter dito que havia acabado com a Lava Jato, Bolsonaro preconizou que haverá novas operações até o fim de 2020. “Com toda a certeza teremos operações da Lava Jato até o final do ano, como teremos mais operação da PF, junto com a CGU, junto com o Ministério Público. E não tem como alguém achar que dá para controlar a PF”, disse.
Publicidade“Não tem nada, não acharam nada sobre interferência na PF”, afirmou sobre o inquérito que investiga interferência do presidente na PF. Bolsonaro chamou a denúncia feita pelo ex-ministro Sergio Moro, que embasou o inquérito, de “denunciação caluniosa” e disse que a acusação veio “do nada”.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda vai definir o formato do depoimento do presidente. O recém-aposentado ministro Celso de Mello, que era relator do inquérito, defendeu que Bolsonaro preste esclarecimentos presencialmente. A Advocacia-Geral da União (AGU) pede que o presidente deponha por escrito.
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89.000 não caberiam em um cofrinho, vai daí que a movimentação foi outra.