A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou para o dia 24 a reunião com representantes do Ministério da Saúde onde se debaterá a política de implementação dos autotestes para covid-19 no Brasil. A pasta tem 14 dias para entregar um plano que atenda questionamentos da Anvisa para que a nova tecnologia de diagnóstico possa ser aprovada.
O prazo foi estabelecido pela diretoria colegiada da Anvisa. Conforme foi apontado pelos diretores e pelo próprio diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, a distribuição de autotestes para doenças infecciosas é vedada no Brasil salvo em situações em que atendam a uma política pública emergencial estabelecida em conjunto com o Ministério da Saúde. Restam, porém, uma série de lacunas nos esclarecimentos prestados pela pasta.
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O infectologista e professor da Universidade de Brasília (UnB) José Davi Urbaez explica que a eficácia dos autotestes no enfrentamento da covid-19 vai depender da estratégia adotada pelo Ministério da Saúde. “Deve haver um equipamento social, um equipamento educacional da área de saúde que repasse o treinamento de como utilizar o teste para cada uma das pessoas”, ressaltou.
A forma com que os testes serão distribuídos também deverá impactar no resultado alcançado. “Deve haver um prioridade para fornecer os testes nas áreas onde há maior vulnerabilidade. Se isso não for feito, vão acabar sendo distribuídos testes para aqueles que menos precisam, aqueles em situações mais favorecidas, comprometendo assim a estratégia. Deve-se garantir com que isso chegue nos locais onde há maiores condições de transmissão”, alertou.
Durante a reunião da Anvisa sobre os autotestes, Barra Torres também levantou questões de ordem prática que carecem de estratégias e diretrizes por parte do Ministério da Saúde: resta ainda estabelecer como será feita a comunicação dos diagnósticos positivos dos autotestes, bem como definir qual será o protocolo adotado para o funcionamento das relações de trabalho em funcionários com resultado positivo.
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