Felipe Carreras*
Mais um corte do governo. Dessa vez, quem pagará o pato é a pasta de Cultura. A proposta de orçamento enviada pelo governo federal para 2020 foi de R$ 377 milhões, 51% abaixo do orçamento de 2019, que foi de R$ 774 milhões. Fazendo uma comparação ainda mais detalhada com o ano de 2015, a queda é de 73% do valor previsto para o próximo ano.
Se fizermos uma linha do tempo, será possível analisar as constantes mudanças neste ano, envolvendo esse setor, desde a extinção do Ministério da Cultura, à criação de uma secretaria e a migração dela para o Ministério do Turismo.
>Maia libera retorno de discussão sobre Escola sem Partido
Além do corte na verba, o que também me causa estranheza e preocupação são os rumos que a Agência Nacional de Cinema (Ancine) tem tomado. Desde o início do ano, os produtores e artistas brasileiros têm sofrido com inúmeras notícias negativas deste órgão, gerando insegurança em todo o setor.
A última ocorreu nesta semana, quando o prédio da agência amanheceu sem os costumeiros cartazes das produções brasileiras. Além disso, os filmes e trailers nacionais também foram retirados do site oficial.
Essa ação só contribui com o acirramento dos ânimos entre a classe artística – que precisa dar continuidade ao crescimento do cinema nacional – e o governo federal, que ainda não encontrou uma solução equilibrada para tratar sobre o assunto.
Sou a favor da construção do diálogo, da liberdade de expressão e da democracia, mas é preocupante ver uma pasta tão importante como a cultura sofrendo ataques como esses.
* Felipe Carreras é deputado federal pelo PSB de Pernambuco
>Justiça manda Ancine retomar edital de séries com temática LGBT
Acho que o valor está muito alto, comparando-se com a qualidade do que é produzido.
A cultura pagou o pato quando foi usada para pregação ideológica… fim…