O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), cobrou clareza e objetividade do subprocurador da República Paulo Gonet após o indicado ao Supremo Tribunal Federal tergiversar ao ser questionado pelo petista a respeito de sua posição sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Durante a sabatina de Gonet e do ministro Flávio Dino na Comissão de Constituição e Justiça, Contarato exibiu sua certidão de casamento com o fisioterapeuta Rodrigo Goberio e falou sobre os filhos adotivos do casal, ambos crianças negras. O senador queria que Gonet também esclarecesse seu posicionamento em relação às cotas raciais.
Contarato defendeu que os dois indicados façam da Constituição a sua bíblia e respeitem as garantias fundamentais. Questionado sobre um artigo em que falava sobre as cotas, Gonet negou que seja contrário ao instrumento de combate à desigualdade racial. Em seguida, negou ser contrário à descriminalização da homofobia. O líder do PT, no entanto, demonstrou insatisfação com a resposta de Gonet. E foi incisivo.
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“Eu queria muito, doutor Paulo Gonet, ouvir de forma bem clara, didática e objetiva. Pergunta objetiva e resposta no mesmo tom. Eu estou perguntando de forma bem objetiva: o senhor é a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo? O senhor é a favor da adoção por casais homoafetivos? São duas perguntas simples”, indagou. “A pergunta que faço é: eu não tenho família? Eu não tenho filhos? É isso que quero saber do senhor”, emendou.
Gonet disse que havia dado uma resposta técnica e que, para atender ao senador, daria uma “opinião pessoal” sobre o assunto. “Acho que seria tremendamente injusto que duas pessoas que vivem juntas, como uma unidade familiar, não tivessem nenhum reconhecimento desse fato. Diante de uma separação não tivesse regração do Estado para protegê-los. E acho que o amor que vossa excelência e a pessoa com quem vossa excelência está casado tem por seus filhos é algo que, com certeza, merece a admiração da cidadania”, disse.
Dino e Gonet são sabatinados na CCJ desde a manhã desta quinta-feira (13). Para assumir os cargos para os quais foram indicados pelo presidente Lula, ambos terão de ser aprovados pelo plenário por ao menos 41 dos 81 senadores.
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