A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), criticou nesta segunda-feira (16), a pressa da Casa para votar a reforma partidária. Senadores favoráveis ao projeto estão articulando uma possível sessão extraordinária da CCJ para apreciar a admissibilidade nesta terça-feira (17) pela manhã, e se aprovada, votar o mérito no Plenário durante a noite.
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Simone foi para as redes sociais e deixou claro sua insatisfação diante do tema. “Você concordaria com um projeto que dificulta a transparência e a fiscalização dos recursos dos fundos partidário e eleitoral e que permite o uso, sem limite de valor, desse dinheiro público na contratação de advogados para a defesa de partidos e políticos?”, questionou a parlamentar aos seguires. “Pois esse projeto existe e está sendo votado no Senado Federal. Voto contra”, finalizou a senadora.
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PublicidadeVocê concordaria com um projeto que dificulta a transparência e a fiscalização dos recursos dos fundos partidário e eleitoral e que permite o uso, sem limite de valor, desse dinheiro público na contratação de advogados para a defesa de partidos e políticos?
Publicidade— Simone Tebet (@SimoneTebetms) September 16, 2019
Na última quarta-feira (11), Alcolumbre tentou votar no Plenário do Senado o projeto de lei sem antes passar pela análise da CCJ. A intenção causou insatisfação e as bancadas do Podemos e do PSL entraram em obstrução. Apesar do acordo firmado entre os líderes para passar a matéria em uma sessão extraordinária da CCJ nesta terça-feira (17), até o momento a apreciação do PL não está prevista na pauta.
Tebet não é a única insatisfeita com o projeto de lei. Os críticos do PL argumentam que ele modifica a legislação eleitoral para aumentar o valor repassado aos partidos, autoriza a contratação de advogados e contadores com o dinheiro do fundo partidário, reduz o montante a ser bloqueado pela Justiça eleitoral em decorrência de multas, libera o uso da verba para o pagamento de sanções, juros e aluguel de imóveis e, ainda, o impulsionamento de publicações na internet.
Outro ponto criticado pelos senadores contrários ao projeto de lei, é a determinação da volta da propaganda eleitoral gratuita, também bancada pelos cofres públicos.
Os defensores da mudança alegam que o aumento dos recursos se faz necessário devido ao maior número de candidatos em relação à eleição passada. Já os críticos dizem que a alteração não se justifica porque as eleições de 2018 eram muito mais dispendiosas e que essa diferença poderia ser usada no financiamento da saúde e da educação.
O relator Weverton Rocha (MA), líder do PDT, diz que as críticas são infundadas e que a aprovação do projeto não implicará aumento de gastos públicos. Ele sugere, ainda, que os parlamentares contrários à utilização desses recursos que convençam seus partidos a renunciarem a esse dinheiro. “Eles devem pedir aos seus partidos que abram mão do fundo eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Se não vão usar esse dinheiro, o recurso volta para a União. Esses partidos que estão obstruindo poderiam dar o exemplo para o país devolvendo o fundo eleitoral”, sugere.
A proposta relatada por Weverton não fixa um valor para o fundo, mas deixa a quantia em aberto para ser discutida na votação do orçamento. No projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ao Congresso, o Ministério da Economia havia fixado em R$ 2,5 bilhões os recursos a serem repassados para o fundo eleitoral. O líder do Novo na Câmara, Marcel Van Hattem (RS), apontou que havia um erro na estimativa e o valor foi reduzido em 27% para R$ 1,86 bilhão.
O fundo é composto por, no mínimo, 30% das emendas de bancadas estaduais, além da compensação fiscal de propaganda partidária na TV e rádios. A proposta aprovada pelos deputados também deixa indefinido o montante das emendas que comporão esse fundo, abrindo margem para que essa quantia ultrapasse os atuais 30%. Dessa forma, caberá ao relator da LOA, deputado Cacá Leão (PP-BA), estabelecer o valor e submetê-lo ao Congresso. Cacá chegou a a propor a elevação do fundo para R$ 3,7 bilhões. Mas recuou após pressão nas redes sociais e críticas dos presidentes Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara.
Com informações da Agência e da Rádio Senado
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