O senador José Serra (PSDB-SP) defendeu o resultado das prévias do PSDB, vencidas por João Doria, e afirmou que enxerga com naturalidade o diálogo da sigla com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Acho natural e importante o diálogo político. É da democracia, inclusive entre atores que não compartilham suas bandeiras e ideologias”, destacou durante entrevista concedida à jornalista Adriana Ferraz do Estado de S. Paulo, publicada na quinta-feira (17).
Serra está afastado de suas atividades parlamentares desde agosto do ano passado, quando pediu licença médica para realizar tratamento para doença de Parkinson. Ainda assim, se manteve atualizado nos desdobramentos do universo político e apontou críticas aos episódios relacionados às eleições deste ano.
Para o senador, é necessário que se coloque fim à polarização na política brasileira, e classificou como “fundamental” a unidade dos partidos para alcançar este objetivo.
“É fundamental que os partidos se unam em torno de um nome com chances de acabar com essa polarização entre extremos, cada vez mais acentuada desde o pleito de 2018”, defendeu.
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Em relação às prévias do PSDB, Serra apontou que apoiará a decisão da maioria dos integrantes do partido de levar às urnas o nome do governador de São Paulo, João Doria, para disputar a presidência da República. Para ele, o foco agora deve ser estruturar planos de governo para recuperar o Brasil da crise econômica e sanitária, além dos retrocessos sociais e ambientais.
Publicidade“Há que se respeitar o resultado das nossas urnas. O foco principal do partido deve ser a busca por projetos e planos de governo estruturantes, para ajudar o país a se recuperar da crise econômica e sanitária e dos retrocessos nas áreas social e ambiental”.
O senador também avaliou que a possível federação partidária entre PSDB, MDB e União Brasil não deve se concretizar. Ele justifica que enxerga maior facilidade de alinhamento político e ideológico entre siglas menores.
“Acredito que as federações sejam mais complexas de serem constituídas entre partidos médios e grandes. Para a criação de uma federação é necessário um alinhamento político para os próximos quatro anos, em todo território nacional, incluindo as bancadas tendo que atuar em blocos. Logo, por conta de todas as exigências e peculiaridades locais de partidos orgânicos, acho mais provável, neste primeiro momento, que as federações não ocorram entre siglas médias ou grandes, mas entre siglas menores”, disse.
O parlamentar revelou que seu futuro para as urnas este ano é incerto. Ele não afirmou que ainda não se decidiu sobre uma possível candidatura à reeleição ou se disputará uma vaga na Câmara dos Deputados, mas disse que seguirá batalhando pelas pautas hoje pendentes até o final de seu mandato. O senador coloca como prioridades propostas nas áreas social, ambiental e fiscal.
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