O senador Fabiano Contarato (PT-ES), líder da bancada do PT, apresentou boletim de ocorrência à Polícia Legislativa do Senado ao receber um e-mail contendo ameaças de morte, enviado na última quarta-feira (9). Além do ataque em sua caixa de entrada pessoal, os autores da ameaça também encaminharam uma mensagem semelhante para Marcos do Val (Podemos-ES), que também levou o caso para a autoridade policial.

Identificado como “capixaba raiz”, o autor das ameaças afirmou que mataria os dois senadores caso Contarato não renunciasse. Além disso, relembrou a tentativa de atentado planejado pelo bolsonarista George Washington de Oliveira, e ameaçou realizar “uma série de ataques terroristas no Distrito Federal” utilizando uma “grande quantidade de explosivos roubados em uma pedreira em algum ponto do território nacional”.

Os dois e-mail também direcionam uma série de ofensas contra Contarato, alegando que não aceitaria que “o estado mais branco do Brasil, colonizado por italianos e alemães de raça pura, seja representado por um v*ado”, e que o “Fabiano Contarato envergonha a raça capixaba”. Na versão enviada a Marcos do Val, o senador do Podemos é referido como “palhaço sem graça”, e recebe a ordem de encaminhar a mensagem ao líder do PT.

Além das ofensas pessoais e ataques violentos, o autor também enviou saudações nazistas e a mensagem “Deus odeia o orgulho”, nome de uma transmissão realizada pelo pastor André Valadão em que pregou contra os direitos alcançados pela comunidade Lgbt+ ao longo das últimas décadas. O líder religioso é alvo de uma notícia-crime apresentada por Contarato em julho.

Ao Congresso em Foco, Contarato contou que esta não foi a primeira vez que sofreu ameaças de morte em seu mandato. “Durante o governo Bolsonaro, eu recebi muitos ataques. Hoje eles continuam, mas com menor intensidade”, relatou. Fabiano foi um dos principais membros da oposição ao ex-presidente na legislatura anterior, e participou de forma ativa na CPI da covid-19.

Ele acrescenta que não é possível saber, no primeiro momento, se o autor dos e-mails de fato planeja machucá-lo ou se apenas quer provocar medo. “Ao longo da minha vida profissional como delegado de polícia, sempre lidei com ameaças com muita cautela, pois a pessoa pode concretizar aquela ameaça ou não. A gente não sabe o que passa na cabeça da pessoa”.

O e-mail enviado diretamente a Contarato também contou com uma homenagem ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, alegando que ele “quer separar o sul e sudeste brancos da escória preta e parda do Brasil”.