O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), demonstrou preocupação com o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira no estado do Amazonas. Nesta segunda-feira (13), o senador cobrou uma “reação organizada” da Casa sobre os desaparecidos.
“Para além do sentimento de solidariedade com as famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, precisamos reagir. A Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Meio Ambiente e Comissão de Direitos Humanos do Senado devem se organizar para se fazer presentes para identificar quais os reais problemas e diagnosticá-los”, disse Pacheco, durante a sessão.
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Segundo Pacheco, tal ocorrido mostra a existência de um “Estado paralelo que se impõe” e ao qual o Estado brasileiro não tem conseguido fazer frente.
“Há todo o contexto de um Estado paralelo que se impõe num lugar, e que, infelizmente, o Estado brasileiro não consegue preencher suficientemente. É motivo de alerta e de reação do Senado Federal”, afirmou.
O presidente também classificou o caso como “atrocidade”. Na manhã desta segunda, a esposa de Dom afirmou ter recebido a a notícia da Embaixada da Inglaterra de que os corpos seriam do marido e do indigenista teriam sido encontrados. As autoridades brasileiras ainda não confirmaram a identidade dos corpos, que precisarão ser periciados.
Publicidade“Não queremos precipitar o que de fato aconteceu com eles, mas, caso se confirme o fato de terem sido eventualmente assassinados, caso isso se confirme é uma situação das mais graves do Brasil… Para além de um sentimento humano, há uma ofensa ao Estado brasileiro; uma ofensa às instituições, e nós do Senado Federal não podemos tolerar essa atrocidade”, enfatizou.
Dom Phillips e Bruno Araújo desapareceram na no Vale do Javari, região de selva amazônica. Eles haviam sido vistos pela última vez na comunidade de São Gabriel.
Bruno acompanhava como guia a Dom, que estava na região para produzir um livro sobre preservação ambiental e desenvolvimento da Amazônia. Era a segunda vez que eles viajavam pela região.
Dom Phillips atua como correspondente no Brasil do jornal inglês The Guardian, escrevendo, principalmente, reportagens sobre a Floresta Amazônica.
Bruno é servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), onde atuava na defesa de povos indígenas.