A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado aprovou nesta terça-feira (15) convite para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, explique a compra de 100 milhões de vacinas contra a covid da Pfizer. Os senadores também decidiram convidar o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Gustavo Maiurino, para falarem sobre o arquivamento das investigações sobre a conduta do presidente Jair Bolsonaro após ser informado sobre eventuais irregularidades nas negociações da vacina Covaxin.
As datas das audiências ainda não foram marcadas. Torres e Maiurino deverão falar no mesmo dia, segundo o autor do convite aos dois, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid. Como são convites, eles não estão obrigados a comparecer.
Em depoimento à CPI no ano passado, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), denunciaram irregularidades nas negociações para compra da Covaxin. Eles afirmaram que levaram essas irregularidades ao conhecimento do presidente da República, Jair Bolsonaro, mas ele não tomou qualquer providência. Em investigação, a PF disse que Bolsonaro não cometeu qualquer erro no caso, mesmo não tendo denunciado as supostas irregularidades.
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“Assim, considerando que as conclusões constantes do aludido relatório da Polícia Federal divergem significativamente daquilo que foi concluído pela CPI da Pandemia, e tendo em vista o evidente interesse público na responsabilização daqueles que deram causa ou se omitiram diante das irregularidades na compra de vacinas para o combate à covid-19, entende-se urgente e necessário que este Senado obtenha esclarecimentos das autoridades competentes quanto à respectiva conclusão exarada pelo órgão policial”, afirma Randolfe.
No caso de Queiroga, ele terá de explicar sobre o contrato de aquisição de 100 milhões de doses de vacinas contra covid-19 desenvolvidas pela Pfizer firmado em 29 de novembro de 2021 pelo Ministério da Saúde.
“Na CPI da Covid, desvendamos um esquema de favorecimento de contratos e superfaturamentos no Ministério da Saúde”, diz Rogério Carvalho. “Num intervalo de menos de 45 dias, houve um aumento de 2 dólares em cada dose da Pfizer. No atual contrato, há suspeitas de que esteja R$ 1 bilhão mais caro”.
PublicidadeO senador questiona por que o governo faz tanto mistério sobre o contrato. O governo Bolsonaro instituiu um sigilo de 10 anos para o processo de compra de doses para imunização contra a covid-19.
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