Com sua renúncia ao governo do Rio Grande do Sul, o ex-governador Eduardo Leite, do PSDB, voltou para o radar de parte das lideranças do partido como um possível candidato para concorrer pelo partido nas eleições para Presidência da República. Essa possibilidade, porém, não é vista por seus parlamentares na Câmara como uma ameaça à campanha presidencial do governador paulista João Doria, vencedor das prévias ocorridas em novembro de 2021.
“Não acho que a renúncia vá comprometer a campanha de João Doria. Os dois vão acabar se acertando. (…) Vai haver esse primeiro momento de reflexão e união. Mas nesse momento precisamos pensar no país, e não no próprio umbigo. Creio que Eduardo Leite, como bom político, vai respeitar as prévias”, afirmou a deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP), articuladora da campanha de Doria.
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Joice acrescenta que além de ter sido vencedor das prévias, Doria conta com apoio do próprio presidente do partido, Bruno Araújo. “O próprio presidente nacional do partido já disse que, mesmo que ele tivesse 0,5% [de intenções de voto], ainda assim ele seria o candidato à Presidência, porque há de se respeitar as prévias”.
A especulação de Eduardo Leite substituir João Doria se dá justamente por conta do baixo desempenho do paulista nas pesquisas eleitorais. Essa possibilidade, porém, conta inclusive com resistência do líder do PSDB na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). “A candidatura deve ser exercida na plenitude. Nós torcemos por um melhor desempenho do candidato, mas nós temos que dar uma chance ao Doria para que exerça sua candidatura”, declarou.
Mesmo se for adotado o desempenho nas pesquisas como critério, Samuel Moreira considera cedo demais para se avaliar a candidatura de Doria. “Ele ainda nem saiu do governo, ainda vai começar a campanha fora de São Paulo. É preciso dar tempo ao tempo para verificar o desempenho. Essa discussão conclusiva não deve se dar nesse momento”, defendeu.
Os parlamentares afirmam que já era esperada sua renúncia de Leite do governo do Rio Grande do Sul, e que não houve surpresa quando esta se efetivou. O que de fato não gerou surpresa e sim alívio foi sua decisão de permanecer no PSDB, abrindo mão da possibilidade de concorrer a presidente pelo PSD. “Para nós foi uma alegria ele ter ficado. É bom que ele tenha ficado, ele é um quadro excepcional”, disse Samuel Moreira.
Segundo Joice Hasselmann, a permanência de Eduardo Leite e sua renúncia ao cargo também não assustou João Doria, com quem conversou após a decisão. “Ele está muito tranquilo e feliz por ele ter permanecido no PSDB, principalmente porque há toda uma intenção em torno de uma união dentro do partido”, relatou a deputada.
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