O nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que integra a CPI da Covid, entrou a lista dos pedidos de indiciamento presentes no relatório final da comissão por crimes durante a pandemia no Brasil. Após a leitura do voto em separado dele, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), solicitou acusação contra o governista por disseminar notícias e informações falsas sobre saúde pública e o pedido foi acatado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Em seu relatório, Heinze procurou legitimar a postura de Jair Bolsonaro em promover o uso dos medicamentos que compõem o “kit covid”, afirmando acreditar na eficácia destas substâncias no enfrentamento da doença. Ele também acusou o G7 de agir com base em interesses políticos, referindo-se aos senadores como “mandatários de Renan”.
“Luis Carlos Heinze é um senador respeitado no Rio Grande do Sul. O que ele fala repercute na vida das pessoas. Essa comissão, a ciência, os livros, a ciência, todos demonstraram que esses dados que ele fala aqui são falsos. Mas infelizmente, o eleitor do Heinze lá no RS vai entender que é verdadeiro, porque está abrindo a internet e vendo o senador repetindo isso todos os dias sem reprimendas. Esta CPI não pode fechar os olhos para o colega que repete reiteradamente a mentira como forma de desinformar o cidadão”, defendeu o representante de Sergipe.
Ao se pronunciar favoravelmente ao requerimento de Vieira, o senador Renan Calheiros destacou as posturas de Heinze ao longo da CPI. “O senador Heinze reincidiu aqui todos os dias, apresentando estudos falsos, logo negados pela ciência. Pela maneira que incitou o crime em todos os momentos, eu gostaria de nesta última reunião dar um presente à vossa excelência, que será o 81º indiciado desta CPI”, declarou.
O pedido de indiciamento provocou revolta entre os senadores governistas, que apontaram para a imunidade parlamentar de Heinze. Marcos Rogério (DEM-RO) propôs que a aprovação ou não do requerimento fosse submetida a voto ao fim da reunião. O pedido não foi acatado, e Renan Calheiros confirmou a inclusão do senador entre os indiciados.
Heinze foi ávido defensor do uso da cloroquina no enfrentamento da covid-19 ao longo de todas as reuniões da CPI da Covid-19. Em todos os seus discursos, defendeu a narrativa de que médicos que se posicionam a favor do tratamento precoce são perseguidos, e citou pesquisas falsas para tentar comprovar a eficácia da cloroquina. A defesa do tratamento precoce foi a base de seu relatório.
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