As bancadas do Psol na Câmara e do PT no Senado entraram com representação na Procuradoria-Geral da República para que seja investigada a suspensão dos repasses para a Operação Carro-Pipa, do governo federal, destinada a levar água a 1,6 milhão de pessoas no Nordeste. Os petistas pedem, ainda, que o abastecimento seja retomado imediatamente.
Desde o segundo turno, com a derrota de Jair Bolsonaro, o programa criado há 20 anos para levar água a moradores do interior do Nordeste está suspenso. O governo federal alega falta de recursos. O Psol vê a medida como retaliação aos eleitores nordestinos, que votaram majoritariamente no presidente eleito Lula.
A suspensão do abastecimento foi revelada pelo colunista Carlos Madeiro, do UOL. A reportagem dele embasa os dois requerimentos. Segundo Madeiro, o primeiro estado a ter o abastecimento suspenso, logo no início do mês, foi Alagoas.
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Já em Pernambuco, Paraíba e Bahia, a paralisação foi informada apenas na quinzena final de novembro, assim como vem ocorrendo nos demais estados, com os caminhões deixando de prestar o serviço à população.
De acordo com o colunista, a suspensão pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa. Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários. Eles já relatam prejuízos.
O Psol pede à PGR a instauração de procedimento administrativo de acompanhamento de política pública, com participação de setores da sociedade civil. A Operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional.
“O corte no programa Operação-Pipa é mais uma clara ação do governo Bolsonaro, em seus momentos agonizantes, para confirmar seu desprezo pela dignidade humana do povo brasileiro e exercitar sua retaliação antidemocrática contra os nordestinos e nordestinas, por sua participação fundamental na derrota da extrema direita nas eleições”, afirma a líder do partido na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).
O PT pede que abastecimento seja retomado imediatamente, sob pena de causar mortes. “Os fatos apontados na matéria compõem uma situação que demanda a mais pronta intervenção dos órgãos de controle sobre a Administração Pública, porque se afigura iminência de morte se essa população seguir desassistida da entrega de água potável, cabendo ponderar que nesse contexto as vulnerabilidades se somam: além do não acesso a bem imprescindível ao viver, há, nesse contingente, crianças, idosos, gestantes, pessoas com doenças graves.
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