O Partido Socialismo e Liberdade, PSol, protocolou nesta sexta-feira (3), uma uma ação na Câmara dos Deputados para a abertura de processo ético-disciplinar para cassar o mandato do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), após uma discussão com o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). O documento é assinado pelo presidente do partido, Juliano Medeiros.
O embate entre Lira e Glauber ocorreu na última terça-feira (31), enquanto os partidos orientavam suas bancadas para a votação de uma medida provisória. A discussão começou quando Braga iniciou sua fala pela liderança do Psol com os dizeres “senhor Arthur Lira, eu gostaria de saber se o senhor não tem vergonha”, tendo o microfone cortado logo em seguida.
Em resposta, Lira disse que não abriria o microfone enquanto não se contivesse. “Faça seus comentários, mas não venha com palavras de baixo calão. Se o senhor faltar com respeito, eu não lhe darei a palavra, e você vá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para buscar o direito que o senhor quer”, disse.
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No documento, o partido acusa Arthur Lira de “extrapolar prerrogativas do posto”, além de desonrar o cargo e abusar do poder adquirido temporariamente.
“Pelos fatos e provas a seguir narrados, conclui-se que o Deputado Federal Arthur Lira (Progressistas/AL) extrapolou das prerrogativas do posto que temporariamente exerce, desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusou das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e arbitrariedades, agindo em prejuízo dos membros do Congresso Nacional – em especial, mas não só, do deputado Glauber Braga – e ferindo a imagem do parlamento brasileiro”, escrevem.
Nas redes sociais, o deputado Glauber Braga afirmou que Lira foi “autoritário”: “Não há outra palavra para definir a atitude de Arthur Lira que não seja autoritarismo. O chefe do orçamento secreto não aceita ser confrontado. Nem ele, nem nenhum outro capanga de Bolsonaro vai nos calar”, escreveu o parlamentar.
Segundo o partido, a conduta “autoritária e virulenta” de Lira foi uma tentativa de intimidação ao deputado Braga.
“Reiteramos que a conduta autoritária e virulenta do Presidente Lira se deu diante de uma simples – e democrática – pergunta feita pelo Dep. Glauber. Não se trata de uma surpresa: a tentativa de intimidação é um instrumento recorrente do Presidente Lira”, ressaltam.
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