O Psol denunciou nesta sexta-feira (4) o presidente da CPI do MST, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), e o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP), por gordofobia, machismo e misoginia por causa da forma com que tratam a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). As denúncias foram incluídas nas representações que tramitam contra os dois no Conselho de Ética da Câmara. Ambos já haviam sido acionados no Conselho há 20 dias por ataques misóginos a deputadas.
Na reunião da CPI nessa quinta-feira, Zucco questionou se Sâmia queria “um calmante ou um hambúrguer para se acalmar”. Na avaliação de deputada, a tentativa de chacota acabou atingindo o objetivo contrário ao pretendido pelo deputado.
“As ações e falas do deputado federal Zucco, bem como do deputado Federal Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI do MST, são extremamente graves e atentam contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos”, diz a representação do partido.
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“As notícias que estampam os jornais de hoje sobre essa CPI são sobre o show de misoginia que aconteceu desde o início, não é sobre outra coisa. E não poderia ser diferente porque o povo brasileiro não concorda com isso, sobretudo as mulheres brasileiras”, disse a deputada Sâmia na reunião após a fala de Zucco. “Nunca calem a boca, nunca se intimidem, nunca abaixem a cabeça para machista nenhum”, ressaltou a deputada.
Zucco, por sua vez, alega que a deputada, em um momento de atrito, havia citado o nome de seu irmão, ex-assessor parlamentar que se encontra em tratamento contra o câncer. “Trazer o nome dele para me atingir ultrapassou todos os limites”, argumentou. De acordo com ele, Sâmia se destaca na CPI por lançar ofensas contra ele “Foram várias as oportunidades que as parlamentares fizeram ataques pessoais ao presidente, ao relator e aos membros do colegiado”.
De acordo com Sâmia, o caso configura um episódio de violência política de gênero, ainda mais diante do fato de Zucco ter cortado seu microfone enquanto falava na comissão para lançar a ofensa, e por isso será levado ao conhecimento da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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