A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra o relator da CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Ricardo Salles (PL-SP), por abuso de autoridade em sua condução de uma diligência em um dos assentamentos do movimento no fim de maio. Ele também é acusado de invasão de domicílio e advocacia administrativa.
A diligência aconteceu no fim de maio, em um acampamento do MST em São Paulo. Salles compareceu acompanhado de outros membros da CPI, bem como seu presidente, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e policiais equipados com fuzis. De acordo com a deputada, que escreveu um relatório da diligência, o relator tentou em diversos momentos arrombar a sede do assentamento, bem como as salas internas do local.
Em seguida, mirou os moradores. “O relator, deputado Ricardo Salles, se deslocou pelo acampamento e abordou famílias de acampados de forma abusiva, afirmando que o local se tratava de uma área privada e que a proprietária o acompanhava, numa suposta prática do delito de advocacia administrativa”, narrou a deputada. A proprietária, Maria Nancy Giuliangeli, chegou a se dirigir a um grupo de mulheres no local e dirigir ofensas contra elas.
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“Em outras palavras, o deputado Ricardo Salles, autoridade pública, valendo-se de seu cargo ou função, pratica um ato utilizando-se indevidamente do poder que lhe foi conferido”, apontou a deputada.
Após gravar vídeos do barraco arrombado e realizar uma coletiva de imprensa em que acusavam o MST de utilizar o local como espaço de “lavagem cerebral”, os parlamentares seguiram para um outro acampamento. “Durante a visita, membros da CPI e seus assessores filmaram e entraram em barracos sem autorização expressa dos seus ocupantes ou mediante intimidação, haja vista a presença ostensiva de dezenas de policiais militares”, acusou Sâmia no relatório.
Na representação, a parlamentar pede que Salles seja investigado pelos três crimes citados. “Verificadas irregularidades no cumprimento ou o descumprimento dos ditames legais e constitucionais, que sejam tomadas as providências penais cabíveis, com a respectiva denúncia contra o Representado e/ou outras pessoas envolvidas”, conclui.
Confira a íntegra da representação:
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