Documentos entregues à CPI da Covid mostram que a produção de cloroquina virou batata quente nas mãos dos ministérios da Defesa e da Saúde. Apesar da pasta do médico Marcelo Queiroga contrariar o Exército e dizer que não solicitou a produção do medicamento, a Saúde foi apontada pelo general Braga Netto como responsável pela ordem.
De acordo com nota técnica encaminhada à comissão pela Defesa, “a produção do medicamento cloroquina 150 mg foi realizada para atender às demandas do Ministério da Saúde”. Do quantitativo total produzido, diz, “houve a distribuição de 91% de toda a produção de 2020, sendo que o saldo em estoque existente” poderia “atender às demandas do Ministério da Saúde, da Defesa ou do próprio Exército Brasileiro.”
Confira íntegra da resposta do Ministério da Defesa
Outra informação dada ao colegiado é de que “não houve produção de cloroquina nos laboratórios da Marinha e da Aeronáutica” e que o “Ministério da Defesa não celebrou contratos, nos últimos cinco anos, para aquisição e distribuição de cloroquina e hidroxicloroquina.”
Já a nota técnica do Ministério da Saúde enviada à CPI nega que a ordem tenha partido da pasta e que não solicitou a produção de hidroxicloroquina ou de cloroquina ao Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEX).
Confira íntegra da resposta do Ministério da Saúde
O Exército, por sua vez, confirma ter recebido pedido para produzir o medicamento a partir de demanda da Saúde. E que o LQFEX estava “internalizando em sua rotina produtiva o atendimento às demandas do Ministério da Saúde em prol da sociedade”.
Confira íntegra da resposta do Exército
O documento entregue à CPI diz ainda que “à época do início da pandemia”, houve atendimento da demanda para produção de cloroquina 150 mg, “em apoio ao Ministério da Saúde”, que orientou o uso do medicamento como “adjuvante no tratamento de formas graves da covid-19, bem como determinou a distribuição imediata do fármaco.”
> Saúde contraria Exército e diz não ter solicitado produção de cloroquina
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