A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas desta terça-feira (26), dedicada a colher o depoimento do general Augusto Heleno, foi suspensa por volta das 14h pelo presidente Arthur Maia (União-BA). A pausa foi feita em função de seguidas interrupções do deputado Abílio Brunini (PL-MT) enquanto a deputada Duda Salabert (PDT-MG) inquiria o militar. O presidente exigiu a expulsão do deputado da comissão e pediu que a segurança local o removesse.
- Confira o bate-boca:
Como Brunini não acatou a ordem, Maia suspendeu a audiência com retorno imediato após a saída do deputado na sala. Brunini é conhecido por causar tumultos na CPMI. no decorrer dos trabalhos da comissão, as intervenções do deputado vêm causando bate-bocas, constrangimentos e situações inapropriadas.
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O TUMULTO
O deputado Abílio, fora de seu tempo de fala, estava protestando contra a fala da deputada Duda Salabert, que citava detalhes da biografia do general como o apoio à ditadura no Brasil e a participação dele na operação Punho de Ferro, no Haiti, que resultou em massacre de dezenas de crianças e mulheres em um bairro pobre. A ação militar ocorreu em 2005, quando Heleno era chefe da missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).
O general negou as afirmações da deputada, classificando-as como mentirosas, e acrescentou que iria à Justiça para processar a deputada e colocá-la na cadeia. Heleno ainda chamou Duda Salabert de “senhor” – a deputada é uma mulher trans.
O militar disse que a ONU o convidou a permanecer por quatro meses além de seu contrato no Haiti para auxiliar o país.
“Por mais que o senhor tenha uma patente elevada, para além disso, é preciso ver como usou a patente. O senhor é o resto da ditadura que vai ficar para o livro da história porque esse resto ecoou nos golpistas do 8 de janeiro como filhotes da ditadura. Se há justiça no Brasil, o senhor vai sair preso ao fim da CPMI porque tudo tem apontado para sua atuação […]”, disse Salabert, até ser interrompida por Brunini.
O parlamentar disse que a deputada imputou crime ao general, que nem sequer é investigado pela CPMI e compareceu como testemunha. Ele definiu as palavras da deputada como “asneira” e seguiu falando ao microfone. Brunini desafiou a presidência a retirá-lo do local ao promover um escândalo.
“Solicita minha saída! Chega dessa palhaçada!”, esbravejou o deputado. Abílio precisou sair diante da proibição de participar da próxima audiência da CPMI.
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