Eleita a melhor da Câmara pela votação na internet e por jornalistas no Prêmio Congresso em Foco 2023, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) dedicou sua vitória a defensores de direitos humanos assassinados por sua luta, como Marielle Franco e Chico Mendes, e apontou sua premiação e a de outras parlamentares como uma resposta à violência política de gênero.
“Vejo este prêmio como um recado à violência política de gênero, infelizmente, uma marca no Congresso, principalmente na CPI [do MST] e na CPMI dos Atos Golpistas. Machismo, racismo e transfobia ainda são realidade na política brasileira. Mas nunca sem resposta”, afirmou em seu discurso de premiação. Sâmia ainda levou o prêmio de melhor deputada do Sudeste.
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Assista ao discurso:
No início do mês, o presidente da CPI do MST, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), e o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP), foram denunciados ao Conselho de Ética da Câmara pelo Psol por gordofobia, machismo e misoginia pelo tratamento dispensado a Sâmia. As denúncias foram incluídas nas representações que tramitam contra os dois no Conselho de Ética da Câmara. Ambos já haviam sido acionados no Conselho por ataques misóginos a deputadas.
Uma das principais representantes da base governista na CPI do MST, Sâmia também ensejou um pedido de investigação do Ministério Público por violência política de gênero. No final de maio, a deputada teve o microfone desligado pelo presidente da comissão ao falar sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Essa não foi a única interrupção. Ela afirma que teve sua palavra cortada ao menos seis vezes dentro da CPI. Por causa dessas interrupções, o Ministério Público Federal pediu a abertura de processo para apurar se houve crime de violência política de gênero contra a deputada por parte da cúpula da comissão de inquérito. A PGR ainda não se pronunciou.
Sou chamada de vagabunda todo dia, diz Sâmia sobre machismo no Congresso
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