O senador Paulo Paim (PT-RS) se emocionou nesta segunda-feira (6) ao relatar a situação de seu estado por causa das chuvas. De acordo com o parlamentar, há relatos de situações tão críticas que o Corpo de Bombeiros precisam escolher quem resgata primeiro, correndo o risco de não conseguir salvar todos com a intensidade das enchentes. No estado, cerca de 70% dos municípios estão em estado de calamidade pública devido às enchentes.
“Há relatos assustadores. Meu filho é voluntário nos espaços onde as pessoas ficam. E os bombeiros disseram abertamente para eles que tiveram que optar: quem vamos levar primeiro – os filhos ou os pais? Os pais mandam levar os filhos. E aí eles dizem: quando voltarmos, os pais não vão estar mais lá. E não estavam mesmo”, contou o senador. “Falta tudo”, ressaltou.
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Segundo Paim, há espaços no estado para atender a “crianças desamparadas” porque muitos pais morreram nas enchentes. Chorando, o senador pediu ajuda de todo o Brasil para socorrer o Rio Grande do Sul e disse nunca ter visto algo semelhante em seu estado em seus 74 anos de vida.
Publicidade“Nunca pensamos ou imaginamos que íamos ter uma situação como essa. Por isso nós precisamos do Brasil, precisamos do Congresso, precisamos do apoio e da solidariedade de todos. É isso. A situação é desesperadora”, disse Paim. “É um desespero total. Essa minha emoção não é porque eu quero ficar aqui, emocionado, é porque de fato dói, ver as pessoas que cuidam chorando. Tem vezes que os pais chegam, mas muitas vezes as crianças ficam abandonadas e chorando”.
O senador fez um apelo de que para salvar pessoas é preciso estrutura e recursos básicos. Até o momento, a Defesa Civil identificou 83 mortes por causa dos temporais. Além disso, outras quatro mortes estão em investigação para determinar se foi causada pelas enchentes. Há ainda 111 desaparecidos no estado.
“Há uma situação quase de estado de guerra. São milhares de pessoas que perderam suas casas. Ainda há centenas que estão em cima do último andar, na expectativa de que a água abaixe”, disse Paim. “A maior preocupação que todos temos nesse momento é salvar vidas”.
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