O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), se manifestou em defesa do fundador do Congresso em Foco, Sylvio Costa, após a tentativa de intimidação por parte de policiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em sua festa de aniversário por declarações contra o presidente Jair Bolsonaro. O gesto também foi acompanhado por outros membros da Casa, bem como de lideranças políticas do Distrito Federal.
“Minha total solidariedade ao jornalista Sylvio Costa! Mesmo contra a vontade de Bolsonaro e dos seus asseclas e bajuladores, vivemos num Estado Democrático de Direito onde não cabe esse tipo de ação da PM”, declarou Marcelo Ramos em seu perfil no Twitter, em resposta ao questionamento por parte do jornalista sobre se há ou não censura em Brasília.
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Minha total solidariedade ao jornalista @SylvioCosta_ ! Mesmo contra a vontade de Bolsonaro e dos seus asseclas e bajuladores, vivemos num Estado Democrático de Direito onde não cabe esse tipo de ação da PM. https://t.co/fOWZvu4p24
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) April 3, 2022
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) acompanhou o gesto. “Minha solidariedade ao jornalista Sylvio Costa do Congresso em Foco, que teve sua casa invadida pela PM do DF, numa ação arbitrária e ilegal. Segundo consta, alguém dentro da festa teria gritado “Fora Bolsonaro”, o que teria ensejado essa ação autoritária da PM”, publicou em suas redes. No PT do mesmo estado, Nilto Tatto (PT-SP) declarou: “PMDF terá que se explicar por interromper uma festa por gritos de “Fora Bolsonaro”. O mesmo foi dito por Rubens Otoni (PT-GO): “A PMDF terá de se explicar sobre ação contra fundador do Congresso em Foco”.
Minha solidariedade ao jornalista Silvio Costa do @congressoemfoco que teve sua casa invadida pela PM do DF, numa ação arbitrária e ilegal. Segundo consta, alguém dentro da festa teria gritado “Fora Bolsonaro”, o que teria ensejado essa ação autoritária da PM.
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) April 3, 2022
Outra parlamentar que se pronunciou sobre o ocorrido foi a deputada Vivi Reis (Psol-PA). “Absurdo! A Polícia do DF interrompeu o aniversário do jornalista e editor do Congresso em Foco, após convidados gritarem ‘Fora Bolsonaro’. PMs tentaram levá-lo para a delegacia. Autoritarismo e abuso de poder não podem ser tolerados. Minha solidariedade ao jornalista Sylvio Costa”, publicou.
Na política local, outra voz que se manifestou contra a tentativa de intimidação da PMDF foi o deputado distrital Leandro Grass, pré-candidato ao governo do DF pelo PV. “No início da semana, vamos questionar a corporação sobre essa abordagem. Queremos mais detalhes. Cala boca já morreu. O DF não é puxadinho de fascista”, anunciou. O parlamentar também disse que planeja realizar seu próprio coro de “fora, Bolsonaro” em sua festa de aniversário.
O pré-candidato do PSB, Rafael Parente, também prestou sua solidariedade. “Aqui no DF, PMs invadiram uma festa após pessoas gritarem ‘Fora Bolsonaro’. O mesmo DF onde Jair [Bolsonaro] ameaçou “encher a boca (de um jornalista) de porrada” e nada aconteceu. Mesmo DF onde bolsonaristas ameaçaram matar um cinegrafista e a PM nada fez. Por quê?”, questionou.
Relembre o caso
Na noite da última sexta-feira (1º), o fundador do Congresso em Foco, Sylvio Costa, comemorou sua festa de aniversário na cobertura do prédio onde mora, no bairro brasiliense do Noroeste. Durante o discurso após o “Parabéns”, ele e os demais convidados gritaram #ForaBolsonaro e #EiBolsonarovaitomarnocu. Minutos depois, um esquadrão da PMDF chegou no local, afirmando que levaria o jornalista à delegacia mais próxima pelo crime de perturbação da ordem pública.
Por orientação de advogados presentes na festa, Sylvio Costa se recusou a ir até a delegacia. Orientação que foi filmada pelos policiais, que se recusaram a deixá-lo a sós com seus defensores legais. Diante da recusa, foi obrigado a assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, onde também anotou não ter cometido qualquer delito. Os policiais resistiram em aceitar o documento com a observação.
Para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido, o deputado distrital Fábio Félix, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, requereu a presença do comandante da PMDF para falar diante dos demais parlamentares.
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