Em termos numéricos, o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, até pode calcular que tenha atualmente uma confortável base de apoio no Congresso. Mas trata-se de uma base pragmática. Assim, colocando a razão acima da eventual paixão, mais da metade dos deputados e senadores da atual legislatura apostam que o próximo presidente da República será o candidato do PT e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Lula é o nome apontado como vencedor das eleições, cujo primeiro turno acontece neste domingo (2) por 53,85% dos deputados e senadores ouvidos pelo Congresso em Foco Análise na mais recente rodada do Painel do Poder, pesquisa trimestral feita com os principais líderes do parlamento.
Bolsonaro, que como presidente tem o apoio da maioria dos deputados e senadores, aparece em segundo, com 30,77%. Em termos percentuais, a percepção dos parlamentares quanto à vitória de Lula é superior à que vem se refletindo na média das pesquisas eleitorais às vésperas da eleição. Segundo a última pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 29 de setembro, Lula teria 50% dos votos válidos e Bolsonaro teria 36%.
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Se as pesquisas têm apontado uma aproximação da candidata do MDB, Simone Tebet, de Ciro Gomes, do PDT, que aparece em terceiro lugar, para os parlamentares Simone chegará ao final da eleição no domingo à frente de Ciro. Simone é mencionada como vencedora por 4,62% dos deputados e senadores entrevistados, enquanto Ciro tem a menção de 3,08%.
Na verdade, o pragmatismo dos parlamentares em seu prognóstico eleitoral já se verificava em rodadas anteriores. “Em todos os momentos em que os parlamentares foram perguntados sobre possíveis presidenciáveis, nas rodadas de 2021 e 2022 do Painel do Poder, Lula manteve-se à frente, seguido por Bolsonaro”, destaca o relatório da pesquisa. “A diferença é Simone Tebet, do MDB, aparecer à frente de Ciro Gomes, do PDT. De fato, em diversas conversas de bastidores no Congresso, havia a percepção de que a tão falada terceira via seria concentrada em Simone Tebet, com uma expectativa que essa viesse a fazer algo em torno de 10% dos votos”, continua o relatório. “Os demais presidenciáveis não pontuaram, o que pode espelhar o caráter pragmático dos congressistas, de se concentrar em candidatos que efetivamente estão aparecendo com pontuações nas pesquisas eleitorais”.
O Painel do Poder ouviu 60 deputados e senadores entre os dias 23 de agosto e 20 de setembro.
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