O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu publicamente ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que reduza a taxa básica de juros. A “súplica”, como definiu Pacheco, foi feita diretamente a Campos Neto durante participação dos dois em evento do grupo LIDE, do ex-governador de São Paulo João Doria, em Londres.
“A inflação, meu caro Campos Neto, está contida e em ritmo de queda. Nossa moeda é estável e tivemos na semana passada abaixo de R$ 5,00 o dólar. Agora precisamos crescer o Brasil e não conseguiremos com a taxa de juros a 13,75%”, disse.
O apelo de Pacheco foi aplaudido pelos empresários presentes. O senador lembrou que o Congresso aprovou a autonomia do Banco Central, mas cobrou que haja “sensibilidade política” por parte do órgão em suas decisões. “A perspectiva da autonomia [do Banco Central] que desejávamos e desejamos no Senado Federal é para que não fosse suscetível a influências políticas indevidas. Mas há um sentimento geral hoje, que obviamente depende de uma base empírica, de uma base técnica, mas também de uma sensibilidade política de que nós precisamos encontrar os caminhos para uma redução imediata das taxas de juros no Brasil”, afirmou.
Pacheco ressaltou que a necessidade de se reduzir a taxa de juros é um dos poucos pontos de consenso no país atualmente. “Há divergências naturais entre o Executivo, o Legislativo, a sociedade e o meio empresarial. Mas se há algo que nos une nesse momento é a impressão, o desejo, a obstinação de reduzir a taxa de juros no Brasil. Por isso eu quero pedir isso muito. É uma súplica do Senado Federal, meu caro presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.”
Rodrigo Pacheco também fez um alerta ao governo, embora sem citar o nome do presidente Lula, que tem feito ataques a Campos Neto por causa da demora do BC em reduzir a taxa de juros. Segundo ele, é preciso que o país respeite as decisões políticas adotadas nos últimos seis anos, como as reformas trabalhista e previdenciária.
“Se esses ruídos e marolas que têm prejudicado a redução da taxa de juros no Brasil são um problema, temos que atacar esse problema e permitir que haja a redução. Ruído na política o Brasil sempre vai ter. Teve no governo anterior e terá neste. Mas, mesmo assim, tivemos taxa de juros de 2% no passado. É importante que nos juntemos de forma equilibrada e o BC sendo respeitado. Mas que busquemos fazer uma redução imediata das taxas de juros“, defendeu.
O presidente do Senado prometeu celeridade na análise do novo marco fiscal proposto pelo governo federal, medida considerada por ele fundamental para dar estabilidade à economia e ajudar o país a crescer e defendeu a aprovação da reforma tributária para conter os efeitos “nocivos” do sistema tributário brasileiro.
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