O líder da minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), afirmou ser favorável à decisão da bancada petista de obstruir a votação de todos os projetos de lei debatidos em plenário a partir da semana do dia 21 até que a Casa retome as atividades presenciais. Alencar e o líder do PT, Reginaldo Lopes (MG), consideram que a manutenção das sessões virtuais compromete o funcionamento do parlamento.
“Tanto a oposição quanto a minoria entendem que devem voltar as sessões presenciais, esse foi o pleito que levamos semana passada ao presidente Arthur Lira (PP-AL). Não faz sentido continuar o sistema híbrido com toda a sociedade voltando à normalidade, inclusive com o próprio Distrito Federal tornando opcional o uso de máscaras”, defendeu Alencar Santana, que planeja levar a discussão adiante em sua bancada.
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Os petistas entendem que, além de paradoxal, o atraso no retorno presencial deixa os parlamentares divididos, com uma parcela participando dos debates e outra moldando terreno para as eleições. A posição é compartilhada pelo vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PSD-AM). “Todos nós ficamos prejudicados. Enquanto eu venho aqui [em Brasília] toda semana, meus concorrentes estão em Manaus atrás de voto”, afirmou.
Apesar de também defender o retorno presencial das atividades e considerar legítima a postura do PT e da minoria, Marcelo Ramos não pretende se juntar aos esforços para pressionar o retorno presencial. “Eu acho que tem que voltar, mas nós temos que fazer o que foi combinado, que é voltar no início de abril”, esclareceu.
A previsão inicial era que as atividades presenciais retornassem logo após o fim do feriado de Carnaval, em decorrência do novo pico da covid-19 detectado no mês de fevereiro. Marcelo Ramos considera que o segundo adiamento, definido na data em que se esperava o retorno presencial, já não tem a ver com a pandemia. “Essas próximas duas semanas são o prazo em que todo mundo está correndo atrás de montar chapa. Quem está falando que defende o adiamento por conta da pandemia está mentindo”, declarou.
Arthur Lira já se posiciona contrário à demanda dos líderes de oposição. “Se querem entrar com obstrução, então vão entrar com obstrução. Quem deseja uma medida dessas sem conversar, não recebe a medida de volta. Eles não conversaram sobre isso. Os deputados me pedem para deixar no híbrido, mas o que o PT quer é forçar com que os deputados venham”, disse Lira ao Congresso em Foco.
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