Paulo Bauer *
O PSDB decidiu apoiar politicamente o governo Temer. Esse é um gesto de responsabilidade política com o eventual novo governo. Tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, o PSDB dará demonstrações de que somos a favor do Brasil. Aprovada admissibilidade do processo de impeachment, certamente nossos melhores quadros poderão contribuir com a gestão federal, atendendo ao chamado do presidente da República.
Não sugerimos nomes ou fazemos indicações para cargos. É importante que Temer conheça as qualificações políticas, técnicas e pessoais de quem deseja ter como seus auxiliares. Isso para não fazer o mesmo que a presidente Dilma, que escolheu pessoas que não conhecia e sem capacidade comprovada para os cargos de alta responsabilidade.
Estamos apresentando um documento com 15 itens que entendemos serem linhas gerais com ideias para o governo implementar. São pontos importantes para o PSDB e que iremos defender sejam implantados pelo novo governo.
Entre estes pontos estão o combate irrestrito à corrupção, com o reforço dos órgãos de fiscalização, como a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União, e de investigação, como o Ministério Público e a Polícia Federal, que devem agir de maneira independente. E o apoio integral ao pleno andamento da Operação Lava Jato.
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Também defendemos a profissionalização do Estado, com a escolha de quadros com comprovada qualificação técnica, sem priorizar vinculações político-partidárias. Também colocamos a necessidade de redução do número de ministérios e de cargos comissionados. A medida é fundamental para que o Estado, hoje inchado e pouco eficiente, concentre suas forças naquilo que é realmente importante: saúde, educação e segurança pública.
No campo econômico, a implantação de uma política industrial forte, que gere empregos. Garantia de redução dos juros e abertura para mercados externos, tirando o ranço ideológico das relações exteriores. O Brasil precisa crescer e, para isso, a geração de empregos é fundamental. Por isso é importante a modernização das práticas econômicas do Estado.
Em outra ponta, o país precisa voltar a ter investimentos em infraestrutura. Hoje, o escoamento da nossa produção segue sendo um gargalo que mina nossa competitividade no exterior. Nossas rodovias são insuficientes, as hidrovias são tímidas e as ferrovias ainda pouco usadas.
Entretanto, essas medidas econômicas só terão validade se vierem acompanhadas de políticas que prezem pela responsabilidade fiscal. O Estado enxuto e responsável em seus gastos poderá atender as suas reais prioridades e chegar ao cidadão que realmente precisa dessa atenção.
Por fim, uma política fiscal responsável, com gastos adequados e eficientes, uma política industrial forte, que modernize o país, geração de empregos e um estado enxuto devem vir associados a um compromisso real e sério com a redução da inflação.
Por anos lutamos contra essa chaga que corroeu nossa economia por décadas. Nos últimos anos, infelizmente, a irresponsabilidade do governo Dilma ameaçou jogar esta importante conquista no lixo, graças à irresponsabilidade de uma política econômica tresloucada e inconsequente. O mais perverso inimigo dos rendimentos dos trabalhadores é a inflação, e combater cotidianamente esse problema é uma ação que precisa ser prioritária.
Nosso compromisso com o governo Temer é, portanto, programático e político. Vamos assumir nossa responsabilidade no Congresso e não arredaremos pé de nossas bandeiras, que pensamos ser o melhor caminho para o Brasil que queremos grande para todos.
* Senador pelo PSDB de Santa Catarina, Paulo Bauer é vice-líder do partido no Senado e presidente da Comissão de Transparência e Governança Pública.
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