Ex-vice-presidente da República, Marco Maciel faleceu na madrugada deste sábado (12), aos 80 anos, em Brasília. Amigos e familiares confirmaram a informação. Desde 2014 Maciel sofria com mal de Alzheimer e estava internado devido a complicações da doença. Em abril deste ano ele passou por outro internamento, na ocasião, em decorrência da covid-19.
Advogado e professor, natural de Pernambuco, Maciel dedicou a vida ao exercício da política, mantendo-se sempre perto do poder. Ocupou cargos públicos de maneira ininterrupta entre os anos de 1967 a 2011, quando pela primeira vez, perdeu uma eleição. Era candidato ao senado pelo DEM e foi derrotado por Humberto Costa (PT-PE) e Armando Monteiro Neto (PTB-PE). Depois disso, não voltou mais aos palanques, optando por manter-se recluso com a família e os livros. Nos últimos anos a doença progrediu intensamente.
No Executivo federal ocupou a vice-presidência na gestão Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2003 e desempenhou a função de ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência de José Sarney (1986 – 1987). No estadual, chegou ao posto de governador biônico de Pernambuco (1978-1982). Já pelo Legislativo, Maciel manteve a cadeira de senador ao longo de três mandatos (1983-1994 e 2003-2011), quando chegou a liderar a bancada de situação no mandato de Fernando Collor de Mello.
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Marco Maciel aprendeu a fazer política no regime militar, período no qual toda atividade era controlada. Com perfil alinhado à direita era um hábil estrategista, deslizando como poucos pelos bastidores da política. Apesar da pouca eloquência, ficou conhecido pelo bom trato que mantinha com os pares, inclusive de oposição, e com a mídia. Fernando Henrique o chamou de “vice dos sonhos”. Sempre reservado, Maciel costumava dizer que era alguém de poucos amigos.
Em um dos trechos do último discurso que fez no Senado, ao se depedir, Maciel lembrou o tempo que passou na Casa. “Desejo iniciar minhas palavras expressando o meu agradecimento a Deus, que me permitiu, com resignação e humildade, aceitar os seus elevados desígnios. E ao povo pernambucano, igualmente agradeço o privilégio de, nos últimos 40 anos, tê-lo representado nos mais altos fóruns do País.”
O corpo de Marco Maciel será velado no Salão Negro do Congresso. O sepultamento está previsto para às 17h no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília.
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