Em entrevista à Globo News, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso, declarou que fará uma denúncia contra Marcos do Val (Podemos-ES) no Conselho de Ética da Casa. No entendimento do governista, o parlamentar do Podemos prevaricou ao tomar conhecimento de uma tentativa de golpe de Estado e optar por não formalizar uma denúncia na Polícia Federal.
Marcos do Val havia se manifestado mais cedo em suas redes sociais, afirmando que suas denúncias à imprensa serviam para provar uma suposta prevaricação do atual governo nas medidas de enfrentamento aos ataques de 8 de janeiro, e que seu objetivo era fortalecer o apoio em favor da criação de uma CPI. “Não terá a CPI que ele quer. Mas eu quero antecipar a todos vocês que terá Conselho de Ética”, garantiu Randolfe.
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O senador Humberto Costa (PT-PE) também havia se pronunciado na CNN sobre o processo no Conselho de Ética, visto como uma possibilidade diante da ambiguidade nas intenções de Marcos do Val ao se dirigir à imprensa. “Pode ser que ele estivesse fazendo [a denúncia] no interesse de beneficiar o país, mas as versões que vieram depois mostram uma confusão muito grande, e talvez uma intenção que não seja a de fato de manter a democracia, manter o Estado de direito, mas de contribuir com o próprio golpe”, afirmou.
Independente das intenções, Humberto considera que não há como descartar, no atual momento, o ponto central dos relatos de Do Val. “Parece que há fortes indícios (…) de quebra de decoro parlamentar por parte de um senador que tentou, tudo indica, grampear um ministro do Supremo, cumprindo quase que um papel de duplicidade na participação nesse processo”, declarou.
Outro esforço declarado por Marcos do Val, desta vez em entrevista à CNN, é o de afastar Alexandre de Moraes de inquéritos que envolvam atos antidemocráticos. Humberto considera que a situação do senador piora ao revelar esse intuito. “Isso só reforça o fato de que ele está tendo uma posição dúbia. Atua como se fosse, de um lado, um ator em favor do golpe, do outro lado o de alguém que quer evitar o golpe. Isso envolve faltar com a verdade. Um parlamentar que falta com a verdade está quebrando o decoro parlamentar”.
O pernambucano ainda acrescenta que, para alguém na posição em que do Val se encontra, falta “autoridade política para pedir o afastamento de um ministro, como Alexandre de Moraes, que até o presente momento, nesse inquérito que trata dos atos antidemocráticos, tem tido uma posição de lisura”, de modo a deixar em dúvida o papel desejado pelo colega parlamentar.
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