A situação de emergência em Maceió aumentou a tensão entre diferentes grupos políticos de Alagoas. A prefeitura de Maceió é comandada por João Henrique Caldas (PL), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Já o governador do estado, Paulo Dantas (MDB), é ligado ao senador Renan Calheiros (MDB) e ao ministro dos Transportes, Renan Filho.
A disputa de narrativas tem se desenrolado tanto na política local quanto na nacional, no Congresso. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, que é articulada no Senado, deve ser o palco principal da tensão.
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A situação em Maceió se agravou nos últimos dias, com risco iminente de colapso de uma mina da Braskem no bairro do Mutange. No cenário local, o prefeito João Henrique Caldas, conhecido como JHC, e o governador Dantas trocam indiretas e críticas veladas, inclusive pelas redes sociais.
“É urgente desarmar os palanques e nos unirmos por Maceió”, disse JHC no sábado (2). “Vamos lutar pela punição dos responsáveis, entre a Braskem e os que autorizaram isso”.
A fala sobre pessoas que autorizaram é uma indicação ao governo do Estado. Na segunda-feira (4), o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), aliado de Lira, foi mais direto durante discurso ao lado de JHC.
“Durante todo esse período houve uma licença ambiental sendo renovada constantemente pelo estado de Alagoas, e o governador da época era o Renan Filho, que é senador, hoje ministro dos Transportes, e filho do Renan Calheiros”, disse Rodrigo Cunha. Segundo ele, é preciso investigar a omissão no caso da Braskem em Maceió.
PublicidadeApesar da fala do senador, segundo a própria Braskem, o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas, a mineradora não mantém atividade de mineração na capital alagoana desde maio de 2019, depois dos primeiros afundamentos de solo.
Renan Filho, então governador de Alagoas, determinou a suspensão da licença ambiental para a extração de sal-gema em um dos bairros afetados ainda em janeiro de 2019. Em maio, todas as atividades nos poços de sal-gema foram suspensas por ordens do IMA.
O instituto, que é o do governo estadual, também está envolvido nas tensões regionais. No domingo (3), o IMA afirmou que JHC só pediu informações sobre o impacto ambiental dos afundamentos ao órgão agora “com três anos de atraso”, em relação ao acordo de R$ 1,7 bilhão fechado com a Braskem. Dantas compartilhou a mensagem publicada no X (ex-Twitter).
CPI e governo federal
Outra linha de disputas entre os políticos alagoanos é o pedido para ajuda do governo federal no caso. O discurso é adotado por Rodrigo Cunha, JHC e Lira.
“A grave crise ambiental, humana e estrutural em Maceió precisa de um amparo urgente do governo federal”, escreveu Lira em seu perfil no X (ex-Twitter) na última sexta-feira (1).
Segundo apurou o Congresso em Foco, parte do governo vê essas falas como uma forma de entregar a crise para a administração federal. Há uma leitura de que, com isso, a prefeitura deixa para o governo Lula (PT) a responsabilidade em encontrar soluções para o problema ambiental e social, mesmo depois do acordo de R$ 1,7 bilhão com a Braskem, fechado sem a presença do governo do estado.
Nessa linha, a CPI da Braskem, articulada no Senado, deve ser o palco de disputa de narrativas entre os grupos políticos alagoanos. A CPI foi proposta por Renan Calheiros. Na época em que apresentou o requerimento, Rodrigo Cunha, no entanto, se manifestou contra e tentou retirar a possibilidade de Renan participar do colegiado.
Rodrigo relembrou o fato de o senador emedebista ter sido presidente da Salgema Indústrias Químicas S.A. de 1993 a 1994. Pouco depois, em 1996, a Salgema mudou de nome para Trikem. Já em 2002, a empresa passou por fusões e deu início à Braskem.
O senador também cita o fato de Renan ser investigado em um inquérito da Polícia Federal sobre supostas propinas da Odebrecht. A Novonor (novo nome da Odebrecht) é dona de parte da Braskem.
O congressista alega que Renan não poderia ser o autor do requerimento, como foi, e também não poderia participar da comissão. Também disse ao Congresso em Foco que a presença do senador alagoano poderia prejudicar as investigações.
Já Renan continua tentando viabilizar a CPI. Até o momento, somente o MDB indicou os integrantes para o colegiado. Ele disse que, se os partidos não indicarem os integrantes para a CPI, irá levar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Histórico
Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil concluiu que a mineração de sal-gema feita pela Braskem comprometeu a estabilidade do subsolo em parte da capital alagoana. Cerca de 200 mil pessoas foram afetadas. O caso foi parar na Justiça.
A Justiça de Alagoas condenou a Braskem a pagar uma indenização para o governo do estado por conta dos danos ambientais causados pela empresa em Maceió. A decisão é assinada pelo juiz José Cavalcanti Manso Neto, da 16ª Vara Cível de Maceió, e refere-se à ação mineradora da empresa na capital alagoana. O dano atingiu especialmente o bairro de Pinheiro.
O bairro de Pinheiro fica localizado acima de uma região rica em sal-gema, minério continuamente extraído pela Braskem há cerca de 40 anos. Em 2018, a lacuna subterrânea deixada pelas escavações desestabilizou o solo logo acima. Com isso, ruas e residências sofreram tremores, rachaduras e afundamentos.
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Bom dia.pelo o amor de Deus vamos parar de politiza tudo,vamos ter empatia pelas as pessoas que lá moram.tem muitas pessoas que não estão só perdendo bens mas sim uma história de vida.la construída.