O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disparou contra a gestão anterior da Casa neste domingo (14). Em artigo publicado pelo Estadão, o deputado disse que o país passou o ano de 2020 em um “negacionismo parlamentar”, sobretudo “negando-se a dar encaminhamento às votações que a sociedade brasileira espera”.
O pepista defendeu que não adianta apontar dedos “uns aos outros para acusar quem é o culpado pela pandemia”, mas que o combate à doença “é o único partido político, é a única instituição, é a única ideologia”.
O deputado também celebrou a aprovação da autonomia do Banco Central, analisada pelos parlamentares na semana passada e defendeu que “outro avanço importante foi a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO)”.
A CMO é presidida pela deputada Flávia Arruda (PL-DF) e tem como relator o senador Márcio Bittar (MDB-AC), que tenta construir com o governo a definição de um novo programa social. Após assumirem o colegiado, os congressistas fizeram uma visita de cortesia ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Daqui para frente, eu e a nossa presidente Flávia, o ministro Guedes e os presidentes do Senado e da Câmara, vamos trabalhar e quando tivermos a peça pronta ai vamos apresentar para o debate da sociedade brasileira”, disse Bittar na ocasião.
No artigo deste domingo (14), Lira defendeu que “mais um ponto de inflexão da paralisia e do negacionismo parlamentar” foi a decisão que tomou ao encaminhar à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara a reforma administrativa. “Se o Congresso reformista que temos hoje se engajar, como parece ser a vontade da maioria da Casa, em prazo não muito longo esse outro grande avanço institucional se tornará realidade”, disse.
“Romper a paralisia e o negacionismo parlamentar é a forma de criar os instrumentos fiscais e orçamentários para garantirmos nossos compromissos com a responsabilidade, sem abandonar não nosso maior patrimônio, mas nosso único patrimônio: o povo”, afirmou o deputado.
Na sexta-feira (12), a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil) protocolou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a tramitação da PEC 32, que trata da reforma administrativa. No pedido, os deputados alegam que o Ministério da Economia, autor da PEC, não encaminhou ao poder Legislativo documentos que embasassem a proposta.
Ainda em tom de campanha, Lira defendeu no artigo de hoje que “debates estéreis e polarizadores sobre ‘negacionismos’ serviram, na prática, para dissipar o foco” de atuação parlamentar.
Desde que assumiu a presidência da Casa, o deputado vem pondo em prática algumas mudanças internas. Na semana passada, por exemplo, Lira determinou o despejo dos jornalistas do Comitê de Imprensa. O espaço será reformado e transformado no gabinete do pepista. Neste sábado (13), resolveu trocar o diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio. Seu substituto será Celso Correa, consultor legislativo da Câmara dos Deputados.
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