O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que os poderes “tem que respeitar o resultado” da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso. A expectativa é de que o texto vá para plenário ainda esta semana. Lira concedeu entrevista à rádio CBN na manhã desta segunda (9).
Durante a conversa, o deputado também classificou a relação de Bolsonaro com a Câmara como “muito cordata” e empurrou para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) a missão de encontrar medidas administrativas para “serenar as dúvidas” em relação ao sistema de votação eletrônico.
“Tem que respeitar o resultado. O presidente Bolsonaro, no âmbito da relação com a Câmara dos Deputados, ele tem sido muito cordato com relação às coisas como acontecem. Nós sempre agimos com bastante clareza. Eu falei com todos os chefes de poderes, com Bolsonaro. Eu relatei que, embora não usual, para ter um ponto final, traria a PEC para o plenário. Depois de ouvir algumas pessoas e refletir sobre o assunto, eu me convenci de que era a decisão mais acertada. O presidente Bolsonaro, numa ligação telefônica, me garantiu que respeitaria o resultado. Eu confio na palavra do presidente da República ao presidente da Câmara”, disse Arthur Lira à CBN.
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Na última sexta-feira (9) Arthur Lira avocou a PEC do voto impresso (PEC 135/19) para análise do Plenário. Mais cedo, a comissão especial que analisava o texto havia aprovado por 22 votos a 11, o relatório do deputado Raul Henry (PMDB-PE) recomendando a rejeição da PEC.
“Não há nada mais amplo e representativo do que o Plenário se manifestar, só assim teremos uma decisão inquestionável. O Plenário é a expressão da nossa democracia e vamos deixá-lo decidir”, disse Lira na sexta afirmando que as comissões tinham poder de orientar, não sendo terminativas.
A expectativa é de que o texto seja rejeitado pela maioria. Nas últimas semanas, líderes dos principais partidos sinalizaram contra a matéria. O presidente Bolsonaro tem escalado acusações infundadas de fraude eleitoral para afirmar que, se a PEC do voto impresso não for aprovada, não haverá eleições em 2022. Os ataques também tem se dirigido ao presidente do TSE, Luis Roberto Barrroso, a quem Bolsonaro chegou a chamar de “idiota”.
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