Anielle Franco, irmã de Marielle, vereadora do Psol assassinada pela milícia em 2018, usou as redes sociais para criticar a fala do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, na CPI da Covid nesta quarta-feira (16).
A jornalista lembrou que durante a campanha eleitoral para o governo do estado, quando ainda era aliado de Jair Bolsonaro, Witzel apoiou a quebra da placa com o nome da vereadora por Daniel Silveira (PSL-RJ).
Na hora de apoiar a quebra da placa não colocou a culpa na minha irmã… Subiu, fez charminho, riu, e achou lindo! Agora quer usar o nome dela de escudo? Assuma seus atos @wilsonwitzel Eu heim! Nos poupe de passar ainda mais raiva nesse país!
— Anielle Franco (@aniellefranco) June 16, 2021
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Em depoimento aos senadores na manhã de hoje, Witzel disse acreditar que o início do seu processo de impeachment se deu a partir do momento que, enquanto governador, a Polícia Federal iniciou as investigações sobre a morte da vereadora.
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“A partir do momento do caso Marielle é que eu percebi que o governo federal e o próprio presidente começaram a me retaliar”, afirmou.
“Fui acusado de forma leviana de interferir na Polícia Civil do Rio de Janeiro, o que não é verdade, não há prova e foi uma afirmação leviana. A partir daquele momento, do caso Marielle, é que eu percebi que o governo federal e o próprio presidente começaram a me retaliar. Depois desse evento, não fui mais recebido no Palácio do Planalto”, apontou.
Afastado pela Justiça em setembro do ano passado por suspeita de corrupção na área da saúde durante a construção de hospitais de campanha, Witzel foi destituído do cargo por um processo de impeachment em abril de 2021, quando também perdeu os direitos políticos por cinco anos.
O Instituto Marielle também usou as redes para comentar o depoimento de Witzel:
Não podemos esquecer q Witzel foi eleito depois de subir num palanque e quebrar a placa de Marielle. Hoje ele fala que perdeu o apoio de Bolsonaro e por isso foi destituído do seu cargo, por ter iniciado a investigação do caso Marielle.
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— Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) June 16, 2021
“Mas ele como governador era o mínimo a ser feito e mesmo assim, depois de 1190 dias, ainda não sabemos o mandante do crime”, afirmou a entidade.
CPI da Covid
Em depoimento tenso desde o início, Witzel chegou a dizer que corre risco de morte. Houve bate-boca entre Witzel e o senador Flávio Bolsonaro, que acompanhava a sessão e também discutiu com colegas da Casa. “Se você fosse mais educado e menos mimado você ouviria”, disse ao filho do presidente.
Em depoimento, o ex-governador disse ainda que carreatas a favor do presidente Bolsonaro e contra o isolamento social no Rio de Janeiro contaram com a organização dos deputados estaduais Alana Passos (PSL-RJ), Anderson Moraes (PSL-RJ), Filippe Poubel (PSL-RJ) e o congressista Otoni de Paula (PSC-RJ).
Por volta das 14h15, o ex-governador interrompeu a fala do senador Eduardo Girão e se retirou da sessão, com a promessa de retornar e falar sigilosamente com os membros da CPI sobre seu processo de impeachment.
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