A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão que abastece os senadores com pesquisas e análises da situação econômica do país, apontou em seu último relatório uma tendência de queda na taxa básica de juros (Selic) a partir de agosto. Trata-se de uma das principais pautas do governo no campo econômico, e motivo de conflito entre o presidente Lula e o Banco Central desde o início do mandato.
De acordo com a IFI, o primeiro semestre de 2023 foi marcado por melhorias nas “condições de manejo da dívida pública” e por uma queda nas incertezas sobre o desempenho econômico do país no futuro próximo. “Isto reforça o espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) diminua a Selic em sua reunião de agosto”, antecipam os especialistas. A reunião está prevista para os dias 1 e 2.
Existem, porém, dúvidas sobre qual o tamanho estimado para um corte na Selic. No Congresso Nacional, restam pendências nos textos do arcabouço fiscal e da reforma tributária que podem afetar a análise de risco por parte do Copom. Fora da disputa política, “persiste uma inflação resiliente” em julho, o que pode levar o comitê a evitar grandes reduções na taxa de juros.
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Os relatórios da IFI são uma das principais bússolas adotadas por senadores para decidir sobre como se posicionar a respeito de projetos que tratem de economia.
Os analistas ainda chamaram atenção para o conteúdo da ata da última reunião do Copom, marcada pelo início de uma divergência interna entre seus quadros sobre a possibilidade de adoção de cortes graduais da Selic no longo prazo, possibilidade até então descartada.
A queda da Selic é uma das principais bandeiras do governo. Os atuais juros de 13,75% foram chamados de “escandalosos” pelo ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em coletiva de imprensa na última segunda-feira (17). De acordo com ele, a redução da taxa é o último obstáculo no ambiente econômico brasileiro para alcançar “uma geração de emprego ainda mais forte” em 2023.
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