O ministro do governo Lula mais bem avaliado pelos parlamentares do Congresso Nacional é Fernando Haddad, da Fazenda. O dado foi captado pelo Painel do Poder, pesquisa feita pelo Congresso em Foco Análise com os principais líderes do Legislativo federal. Pelas respostas dos congressistas, o levantamento captou um cenário altamente polarizado no Congresso – mas, mesmo considerando-se o alto número de menções negativas, o comandante da economia segue com avaliação favorável e desponta como o nome mais bem-visto na gestão Lula 3 entre senadores e deputados (desça para ver os dados detalhados em tabela mais abaixo na reportagem).
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A atuação de Fernando Haddad ganhou destaque no final do primeiro semestre do atual governo com a tramitação de propostas ligadas à economia no Congresso e com a divulgação de números favoráveis da economia. Do início do ano para cá, projetos de grande importância passaram pelo crivo das Casas. O arcabouço fiscal, que estabelece novas regras para disciplinar as contas e gastos do governo federal, foi aprovado na Câmara e no Senado – e, como sofreu modificações na Casa Alta, vai passar por nova votação na Câmara. A reforma tributária foi aprovada na Câmara e deve ser analisada pela Casa Alta após o recesso. Este cenário favorável ajuda a explicar o desempenho de Haddad, explica o pesquisador André Sathler, coordenador do Congresso em Foco Análise: “No primeiro semestre, o que aconteceu de positivo foi a pauta econômica. Os parlamentares refletiram essa percepção do momento econômico, com a inflação em queda”.
O semestre também registrou tensão entre o governo e a Câmara dos Deputados, com dificuldades do Planalto para construir uma maioria consistente para aprovar seus projetos na Casa. Hoje, fala-se na realização de uma reforma ministerial para incluir mais partidos na estrutura governamental e garantir mais votos. Mas, mesmo nos momentos de tensão, o nome de Haddad vinha sendo preservado. O ministro chegou mesmo a receber elogios públicos do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que era crítico dos ministros encarregados mais diretamente do diálogo com o Congresso, como Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
“Haddad também apresentou um perfil muito de conversa, de conciliação, com os líderes do Congresso”, explica Ricardo de João Braga, cientista político e também coordenador do Congresso em Foco Análise. “Você vê isso, por exemplo, em ele aceitar a reforma tributária que tramitava na Câmara. E nas frequentes conversas que ele entabulou com Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e lideranças. Isso conta muito.”
COMO CADA MINISTRO PONTUOU
Para montar esta edição do Painel do Poder, o Congresso em Foco Análise entrevistou 63 parlamentares considerados influentes, seja por serem líderes de bancada, integrantes da Mesa Diretora, presidentes de comissões ou formadores de opinião em assuntos importantes.
Para compensar o cenário polarizado, que pode se traduzir em múltiplas menções positivas e negativas a um mesmo ministro, o Painel do Poder adota o saldo das menções (as positivas menos as negativas) como critério para determinar quem tem a melhor aprovação. Leia no quadro abaixo o saldo de cada ministro – ou clique aqui para conferir todas as menções positivas a cada um na pesquisa.
Depois de Haddad, os ministros mais bem avaliados são Renan Filho, dos Transportes (15 menções positivas X 3 negativas); Wellington Dias, do Desenvolvimento Social (10 X 0); Camilo Santana, de Educação (11 X 2); Carlos Fávaro, da Agricultura (10 X 1); e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional (10 X 1). “São políticos ‘testados e aprovados’, de partidos e estados que têm importância nos setores nos quais estão atuando, o que faz com que eles tenham um peso”, explica Ricardo de João Braga.
Daniela Carneiro, ministra do Turismo na época da pesquisa, foi o nome mais mal avaliado, com 11 menções negativas. “A Daniela estava, sim, sob fogo de todo mundo que não fosse do seu estrito grupo”, explica Ricardo. “E a gente não pode esquecer do lado substantivo: não havia notícia de uma ação mais impactante do ministério”. Daniela foi substituída por Celso Sabino, com a expectativa de que o novo ministro agregue mais votos do União Brasil na Câmara em favor do governo.
Já o titular da Justiça, Flávio Dino, é um exemplo de nome polarizado: 16 menções positivas e 12 negativas. Para André Sathler, isso se relaciona com o destaque que ele vem recebendo desde o início do governo. “O Flávio Dino é icônico. Talvez ele seja o ministro que teve mais protagonismo com a imprensa, com o 8 de janeiro. Foi o mais convocado para a Câmara. Tem muito protagonismo em rede social também, é um ministro que aparece, põe a cara para bater. Chamou a atenção, bem no sentido de que os que gostam do governo gostam dele. E os que não gostam acham ruim”.
Humor do Congresso
O Painel do Poder é a única pesquisa no Brasil a ouvir exclusivamente os líderes políticos mais influentes no Congresso Nacional para aferir as tendências predominantes na Câmara e no Senado quanto ao relacionamento com o governo federal e às políticas públicas.
Feita no formato de painel, o que permite aferir as mudanças de humor no Congresso, a pesquisa permite a tomadores de decisões antecipar cenários e fazer prognósticos. A cada três meses, ouvimos cerca de 70 congressistas que consideramos ter maior influência no Legislativo. O resultado é publicado, em parte, no nosso site.
Mas você pode comprar o relatório completo da pesquisa, contratar perguntas exclusivas ou mesmo agendar uma apresentação personalizada. Para isso, contacte nossa equipe de marketing.
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