A mais recente briga entre a ex-líder do PSL, deputada Joice Hasselmann (SP) e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) ampliou o racha entre deputados do partido e aumentou a possibilidade de expulsões de integrantes da sigla.
Joice divulgou em suas redes sociais um áudio atribuído a Zambelli em que, segundo a ex-líder, Zambelli tenta convencer uma assessora parlamentar de Joice a denunciar a deputada. Em troca, ela seria poupada de eventuais operações da Polícia Federal e ainda ganharia um cargo na liderança do PSL, que será exercida por Felipe Francischini (PR).
A orientação do comando nacional do partido é por uma postura de independência. Segundo o deputado Júnior Bozzella (SP), da ala alinhada ao presidente Luciano Bivar (PE), chama a atenção a tentativa de apropriação da estrutura do partido para buscar atender interesses pessoais. “A gente está vigilante, está atento para que nenhum deputado da nossa ala tome nenhuma atitude, nenhum encaminhamento que não seja aquele de acordo com a direção nacional do partido”, diz.
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De acordo com Bozzella, há uma tendência de que processos de expulsão de deputados sejam concluídos. Tanto em âmbito local quanto nacional, avançam representações disciplinares e processos de expulsão contra deputados que vêm se descolando da sigla desde o primeiro racha interno, no fim de 2019. “A gente caminha, agora a passos largos, para a expulsão de alguns desses deputados”, defende.
Alguns dos nomes que estariam na berlinda são o da própria Zambelli, da deputada Bia Kicis (DF) e de um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP). A Constituição Federal estabelece que o partido tem autonomia para ditar normas de fidelidade e disciplina de seus filiados.
Segundo Bozzella, o avanço desses processos faz parte de uma etapa de depuração e filtragem. Depois da saída de Jair Bolsonaro do partido, em novembro, a sigla pela qual o presidente se elegeu baixou o tom e passou a adotar uma postura menos beligerante, que alguns deputados classificam como “linha de direita racional”.
PublicidadeUm deputado da ala bolsonarista que falou na condição de anonimato ao Congresso em Foco admitiu que a temperatura no partido subiu e aponta a possibilidade de expulsão de alguns deputados, sem citar nomes.
Oficializado nesta terça-feira (9) como novo líder da sigla, Francischini terá pela frente uma tarefa difícil de pacificar o partido, rachado desde 2019. Além disso, novos ingredientes foram adicionados com o avanço do inquérito das fake news e as discussões na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que debate o assunto no Congresso.
Importância do PSL
Na esteira da eleição do presidente Jair Bolsonaro, que se desfiliou do partido em novembro de 2019, o PSL construiu uma bancada com 41 deputados e hoje é a segunda maior sigla da Câmara, atrás apenas do PT. Fortalecido em 2018 pelo bolsonarismo, o partido irá colher os frutos nas eleições municipais deste ano. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou esta semana que o partido terá direito a R$ 193 milhões do fundo eleitoral para o pleito de 2020.
As razões para esse aporte – o segundo maior entre os 33 partidos registrados na Justiça Eleitoral – são os totais de votos recebidos pelos candidatos do partido na eleição anterior, além dos tamanhos das bancadas na Câmara e no Senado.
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