Após filiação ao Podemos, o ex-juiz Sergio Moro começou a conversar com antigos aliados do presidente Jair Bolsonaro na tentativa de estreitar laços político-partidários para a estruturação da campanha do próximo ano. As primeiras tratativas têm sido com parlamentares do PSL, sigla que esteve com o presidente em 2018, em um gesto que evidencia a estratégia de Moro de avançar sobre redutos bolsonaristas.
Enquanto aguardam homologação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para oficializar fusão do PSL com o DEM, que dará origem ao União Brasil, parlamentares da antiga sigla de Bolsonaro ajudam a pavimentar o nome do ex-juiz.
Em São Paulo, por exemplo, o ex-ministro da Justiça conta com ajuda do deputado Júnior Bozzella (PSL-SP). O parlamentar e Moro mantêm conversas desde antes do anúncio de filiação ao Podemos e Bozzella defende o ex-juiz como “o único candidato” capaz de consolidar “uma saída” para as eleições de 2022.
“Hoje, Moro reúne as melhores para conseguir furar esse bloqueio de extremos e dar uma unificada nesses partidos que estavam meio distintos por causa da terceira via. Por estar na frente, Moro vai ter melhores condições de atrair os demais”, afirmou.
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Parte das ações do PSL no suporte a Moro envolve a construção de uma agenda de viagens. No caso de São Paulo, o tour pelo estado deve passar por municípios que registraram as maiores votações a favor de Bolsonaro.
Sem oficializar sua candidatura ao Palácio do Planalto, Moro começou a distribui cargos de coordenação de campanha nos estados. Também do PSL, deputada Dayane Pimentel (BA), outra ex-aliada de Jair Bolsonaro, irá compor a chapa do ex-juiz, como coordenadora na Bahia
O União Brasil ainda não bateu martelo sobre o nome que irá apoiar nas eleições do próximo ano. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a ser apontado como possível candidato, mas a tendência é que ele dispute uma vaga no Congresso.
Outro caminho seria a negociação de uma vice, o que poderia contribuir para uma eventual aliança com Sergio Moro. Um dos entraves para a sustentação de uma pré-candidatura de Mandetta é a baixa pontuação que ele tem registrado nas pesquisas de intenção e voto.
O partido, antes de ser abrigo de Bolsonaro para as eleições de 2018, estava entre as siglas de baixa representação. Com o presidente na legenda, foram emplacadas 52 das 513 cadeiras da Câmara. O número só é menor que o do PT, cuja bancada será de 56 integrantes.
Além do PSL, Sergio Moro segue conversando com partidos do Novo, PSDB e DEM. O ex-juiz também consolida encontros com o Movimento Brasil Livre (MBL) para construir o discurso econômico a ser adotado na campanha.
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