O Partido Liberal promove neste domingo (27), em Brasília, o encontro nacional da legenda, seguido do lançamento do programa “Filia Brasil”, que tem o objetivo de fortalecer sua base eleitoral para a disputa de outubro desde ano. O evento, que antes era anunciado para o lançamento da pré-candidatura do presidente Jair Bolsonaro pelo partido, teve que ser alterado.
A mudança ocorreu por receio da base jurídica do Partido Liberal de que pudesse ser interpretado como campanha eleitoral antecipada, ferindo a legislação. A Justiça Eleitoral só permite a realização de atos de campanha depois da oficialização da candidatura, homologada em convenção. O calendário eleitoral só permite comícios e eventos abertos de campanha depois do dia 16 de agosto.
Apesar dos cuidados tomados pelo PL após a orientação de seus advogados, o próprio presidente Jair Bolsonaro acabou chamando o evento deste domingo de “lançamento da pré-candidatura” na véspera, durante um passeio de motocicleta que fez na região administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal. “Amanhã, está previsto às 10h da manhã”, disse Bolsonaro. “Aí, não sei, deve ter muita gente lá. Muita gente está se inscrevendo. Se tiver espaço, vai entrar mesmo quem não estiver inscrito. É o lançamento da pré-candidatura”, completou, para provável desespero dos advogados do PL
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O presidente não foi o único. A cerimônia já havia sido anunciada por um dos seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como lançamento da pré-candidatura, nas redes sociais.
Você está convidado para a grande festa de lançamento da pré-candidatura de @jairbolsonaro à Presidência da República.
Dia 27/Março (domingo), as 10:00.
Peço RT:#FelizAniversarioBolsonaro pic.twitter.com/df9CKqRaHy— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) March 21, 2022
O filho 01 do presidente também convida apoiadores para participar do lançamento da pré-candidatura. Segundo ele, “há uma lotação máxima aqui do local”. No vídeo, ele pede ainda que as pessoas compareçam ao evento vestidas com uma camisa do Brasil. E, quem não puder ir, que coloque uma bandeira na janela.
O próprio PL, antes de mudar o nome e o propósito oficial do evento, também o batizou de “lançamento da pré-candidatura em algumas peças”.
O evento, que era intitulado de “Lançamento da pré-candidatura do presidente Bolsonaro”, virou “Movimento Filia Brasil”.
“O PL convida a todos para participar desse importante momento para o Brasil! (…) Na ocasião, será lançado o “Movimento Filia Brasil”, que segundo a nota divulgada pela assessoria do partido, tem como objetivo fortalecer e ampliar a base eleitoral do partido, com ações para que o público eleitor conheça mais sobre o PL e as medidas defendidas.
O novo evento também incentiva a participação dos jovens maiores de 16 anos a se filiarem à legenda: “O partido compreende a força dos jovens do nosso país e os convoca para fazer parte desse movimento. Se você tem mais de 16 anos e quer lutar por uma sociedade democrática, este Movimento é para você!”.
A cerimônia deverá contar com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, os recém filiados à legenda, além de ministros, deputados, senadores, governadores e autoridades. A lista de convidados ainda não foi divulgada pela comunicação do PL.
Pressão do centrão
Na última semana acendeu-se um holofote sob a oficialização da filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao PSB , confirmando a ideia de que a chapa com o ex-presidente Lula (PT) está prestes a ser oficializada.
O movimento do petista também aumenta a pressão em Bolsonaro, em especial pelo Centrão, para escolher um nome político. O presidente deseja repetir a aliança militar que o elegeu em 2018. Um dos principais nomes cotados para assumir o novo lugar do vice-presidente Hamilton Mourão é o do ministro da Defesa, general Braga Netto, que deve deixar o cargo até 2 de abril.
Bolsonaro parou de subir
A última Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na quinta-feira, 24 de março, foi muito comemorada pelo Palácio do Planalto, por confirmar a recuperação do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral, aproximando-se um pouco do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dia depois, porém, pesquisa do Instituto Ipespe para a XP Investimentos conteve esse entusiasmo. De acordo com ela, Bolsonaro parou de crescer e de se aproximar de Lula. A diferença entre os dois levantamentos tem fácil explicação. O Ipespe vem fazendo pesquisas a cada 15 dias. A rodada anterior do levantamento foi da primeira quinzena de março. Já as pesquisas do Datafolha são mais espaçadas: o levantamento anterior foi de dezembro. “Ou seja, o Datafolha identifica agora uma situação que já tínhamos verificado antes, mas pelo espaçamento não verificou que a situação já mudou”, explica o diretor do Ipespe Antônio Lavareda.
Para explicar, imaginemos uma escada. Em dezembro, Lula e Bolsonaro estavam no térreo. Ambos os institutos verificaram. Na primeira quinzena de dezembro, Bolsonaro subiu até o décimo andar. Somente o Ipespe anotou. Agora, Bolsonaro desceu para o oitavo. O Ipespe anotou que ele desceu dois degraus. Como o Datafolha só fizera a verificação em dezembro, agora, para o instituto, é como se Bolsonaro tivesse subido oito degraus. Lavareda, inclusive, observa que o percentual verificado para Bolsonaro na pesquisa do Ipespe é o mesmo do verificado pelo Datafolha.
De acordo com o principal cenário do levantamento divulgado na quinta-feira (24) pelo Datafolha, Lula tem 43% das intenções de voto. E Bolsonaro tem 26%. Sergio Moro (Podemos) vem em terceiro, com 8%. Em seguida, Ciro Gomes (PDT), com 6%. João Doria (PSDB) tem 2%. Mesmo percentual de André Janones (Avante). Vera Lúcia (PSTU), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Ávila (Novo) têm 1%. Leonardo Péricles (UP) não pontuou. O Datafolha ouviu 2.566 eleitores em 181 cidades de todos os estados do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
No caso da XP/Ipespe divulgada na sexta-feira (25), Lula tem 44% das intenções de voto, tendo subido um ponto com relação ao levantamento anterior, da primeira quinzena de março, quando tinha 43%. Bolsonaro, por sua vez, caiu dois pontos, passando de 28% para 26%. Sergio Moro (Podemos) subiu um ponto, passando de 8% para 9%. Ciro Gomes (PDT) caiu um ponto, de 8% para 7%. João Doria (PSDB) também caiu um ponto: 3% para 2%. André Janones (Avante), Eduardo Leite (no PSDB, com chances de ir para o PSD) e Simone Tebet (MDB) mantiveram 1%. E Felipe D’Ávila (Novo), que não pontuava na rodada anterior, agora aparece com 1%.
Bolsonaro no PL
Bolsonaro se filiou ao PL em 30 de novembro do ano passado, após dois anos sem legenda. A ida do presidente ao partido já gerou frutos à sigla: Terminada a movimentação de deputados que trocam de legenda no período da chamada janela partidária, o Partido Liberal deverá ultrapassar até o final do mês o União Brasil e se tornar a maior bancada da Câmara.
A janela partidária começou no dia 3 de março. Deputados federais têm até o dia 1º de abril para mudar de partido na janela partidária. Como a eleição para deputado é proporcional, de acordo com a legislação eleitoral os mandatos desses parlamentares não pertencem a eles, mas aos partidos. Numa situação normal, portanto, os partidos podem pedir esses mandatos de volta caso os parlamentares troquem de legenda. Por isso, a Justiça Eleitoral estabeleceu um período no qual essas trocas são permitidas sem provocar consequências. Nesse período de um mês, os deputados podem trocar de partido sem risco de perder o mandato. E a maior parte das mudanças que vêm acontecendo refere-se à migração de políticos que desejam aderir à mesma sigla onde está Jair Bolsonaro.
Em 2018, no PSL, Bolsonaro elegeu 52 deputados e o partido tornou-se o segundo maior na casa. Em 2014, a sigla havia eleito apenas um deputado federal. O maior número de deputados federais eleitos pelo PSL se deu no Rio de Janeiro, 12 deputados, e em São Paulo, com 10.
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