Em seu discurso para o ato “Democracia Inabalada”, no Congresso Nacional, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, ressaltou o histórico da polarização, que evoluiu até o momento das invasões às sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023. Ao seu ver, os ataques foram fruto da banalização do mal.
Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, Barroso fez referência ao atrito do antigo chefe do Executivo e sua militância com os demais poderes, em especial o judiciário. “O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas a seus integrantes, ameaças de naturezas diversas e disseminação do ódio e de mentiras”, relembrou.
O cenário de ataques institucionais constantes, de acordo com Barroso, resultou na banalização “do mal, o desrespeito, a grosseria, a agressividade, a falta de compostura”, bem como na perda da credibilidade do país na comunidade internacional, afirmando ter se tornado em “um Brasil que deixou de ser Brasil”.
A naturalização do autoritarismo, conforme narra Barroso, ficou visível durante os ataques de 8 de janeiro. “Um policial judicial do Supremo me descreveu que, após marretadas na parede e arremesso de móveis e de objetos, muitos dos invasores se ajoelharam no chão e rezavam fervorosamente”, relatou em seu discurso.
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“De onde, Deus do céu, poderá ter saído essa combinação implausível de religiosidade com ódio, violência e desrespeito ao próximo?”, questionou o ministro.
Barroso concluiu seu discurso referenciando o lema das forças republicanas da Guerra Civil Espanhola, derrotadas pelo general fascista Francisco Franco. “Não passaram e não passarão! Aqui a história será diferente. Ódio, mentiras e golpismo nunca mais”, exclamou.
O ato “Democracia Inabalada” contou com a presença dos presidentes dos Três Poderes: Lula, como presidente da República, ministro Luís Roberto Barroso, como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como presidente do Congresso.
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