Levantamento do Congresso em Foco com base em dados oficiais da Câmara revela que 41 deputados (veja a lista mais abaixo) registraram presença mas não votaram na sessão que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco (Psol). Ao todo, 476 deputados estavam presentes na sessão deliberativa dessa quarta-feira (10), mas apenas 435 computaram o seu voto.
Como a manutenção da prisão do parlamentar dependia de 257 votos, as ausências e as abstenções tinham o mesmo peso do voto favorável à sua libertação. A diferença é que, ao contrário dos colegas que registraram o voto ou mesmo a abstenção, os faltosos não deixaram suas digitais na decisão relacionada ao colega. Mesmo com toda a articulação pela soltura de Chiquinho Brazão, o Plenário resolveu, por 277 votos a 129, manter a determinação do Supremo Tribunal Federal. Ao todo, 28 se abstiveram. Além dos 41 que estavam presentes e não votaram, outros 37 deputados não apareceram na Casa no dia da votação.
O partido com o maior número de deputados presentes que não votaram foi o União Brasil, do qual Brazão fazia parte até a sua prisão preventiva. Em segundo lugar ficou o PL. Ao todo, sete deputados da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro registraram presença e não votaram. A legenda foi a única a orientar o voto pela libertação de Chiquinho Brazão, que apoiou a reeleição de Bolsonaro em 2022. Em seguida, ficou o Republicanos, sigla à qual ele pretendia se filiar. Sete deputados do Republicanos deixaram de votar mesmo tendo marcado presença na Câmara. O Republicanos e o União Brasil liberaram suas bancadas.
Veja quem estava presente e não votou:
O deputado Domingos Sávio (PL-MG) foi um dos 41 parlamentares que registraram presença, mas não votaram. Durante a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), porém, votou contra o relatório, portanto, pela soltura de Chiquinho Brazão. O congressista afirmou ao Congresso em Foco que “não votar no Plenário tinha o mesmo efeito de votar contra”.
PublicidadeEle explica também que viajou a Florianópolis em missão oficial da Frente do Comércio e Serviço – da qual é presidente – no final da tarde, antes da votação no Plenário. “Minha participação foi programada há mais de um mês, bem antes de todo esse ocorrido”, complementa. “Entendi que deveria cumprir meu compromisso, pois foi divulgado na programação do evento a minha presença”.
Daniel Agrobom (PL-GO), que também estava em missão oficial, participou na tarde de ontem de audiência pública na Câmara Municipal de Natal. Ele explica à reportagem que no momento da votação, estava em deslocamento aéreo, de Natal para Recife, impossiblitando o acesso ao sistema Infoleg, que permite o voto remoto. “De todo modo, a posição em relação à proposição era pela manutenção da prisão preventiva”, afirma.
A reportagem entrou em contato com os demais deputados, o espaço segue aberto para manifestações.
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