Deltan Dallagnol, ex-deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgou em sua página do Instagram que estava deixando o Brasil na noite de domingo (19). Por meio de um story com os dizeres “Novas aventuras”, o deputado cassado no dia 6 por dar um drible em processos administrativos para concorrer às eleições de 2022 divulgou que estava indo à Chicago, nos EUA.
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A viagem do ex-procurador de Curitiba, um dos principais nomes envolvidos no escândalo da Vaza-Jato, em que Dallagnol é acusado de relação promíscua ao tratar do caso da Lava-Jato diretamente com o juiz responsável pelo caso, Sergio Moro (hoje senador pelo União-PR), ocorre dias após o deputado Marco Feliciano (PL-SP) sugerir ao colega de oposição que saísse do país para preservar o próprio patrimônio ao buscar asilo político.
O ex-deputado, que entregou a cadeira a contragosto para Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR), tirou uma foto junto ao painel de embarque que mostra o horário do voo que saiu do aeroporto de Guarulhos, por volta das 22h30. Dallagnol realizará uma palestra em evento cristão na Universidade de Acton e tem previsão de volta ao Brasil para o fim deste mês, conforme a assessoria do político.
Relembre
Recentemente, o ex-deputado prestou depoimento à Polícia Federal (PF). A oitiva ocorreu por causa das declarações que levantaram dúvidas sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao ser destituído de seu mandato.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela perda de mandato de Deltan em resposta a ação protocolada pelo PT e pelo PMN. O entendimento da Corte eleitoral foi calcado na Lei da Ficha Limpa e embasado nos seguintes fatos:
- Para concorrer nas eleições, Dallagnol antecipou seu pedido de exoneração do cargo de procurador da República. Simultaneamente, ele era alvo de 15 procedimentos administrativos em trâmite no Conselho Nacional do Ministério Público.
- Estes procedimentos, se seguissem adiante, poderiam fazer com que Deltan caísse na Lei da Ficha Limpa. Com isso, Deltan poderia ficar inelegível por 8 anos.
- Com base nisso, a saída de Deltan do Ministério Público foi entendida como uma manobra judicial. Ao pedir sua exoneração, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato esquivou-se de se tornar inelegível.
- Um exemplo de possível irregularidade: na Operação Lava Jato, Dallagnol teve contas públicas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União. O TCU entendeu que houve irregularidades no pagamento de diárias e passagens a membros do Ministério Público Federal que atuaram na força-tarefa.
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