De um total de 32 nomes indicados pelos presidentes de blocos partidários, apenas alguns faltam ser oficializados para compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas que ocorreram em 8 de janeiro. O colegiado está previsto para ser instalado na próxima quinta-feira (25).
A princípio, a CPMI teria início na terça-feira, conforme o presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União-BA). Mas, em função da urgência da votação do arcabouço fiscal, a CPMI que promete ser o maior palco de disputa ideológica entre o governo e a oposição foi adiada em dois dias. A relatoria da Comissão segue com o nome de Eduardo Braga (MDB-AM) como o mais cotado, mas o senador ainda avalia se integra ou não a investigação ao fazer cálculos políticos.
A CPMI dos Atos Golpistas é o maior cabo de guerra narrativo do Congresso, uma vez que a oposição planeja utilizar a investigação para desgastar o governo ao defender que ele foi negligente e omisso diante da depredação da Praça dos Três Poderes. A oposição busca emplacar a ideia de que havia infiltrados do governo entre a multidão que vestia verde e amarelo organizando o vandalismo.
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Cabo de guerra
Em entrevista ao Congresso em Foco, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), titular do colegiado, afirmou que vai trabalhar muito diante da perspectiva de “direitos humanos”. “Vou falar muito sobre as crianças que foram presas por causa dos atos, sobre magistrados que estão tomando decisões sem a garantia de direitos humanos. O que aconteceu com as crianças não pode mais acontecer no Brasil. Vou mostrar imagens de crianças presas e vou trazer conselheiros tutelares para mostrar o que eles viram lá, no que a gente chama de campo de concentração.”
Já o governo se articulou para obter maioria de aliados na composição do colegiado para frear a ofensiva da oposição no início de maio. Paira no Congresso a atmosfera dúbia se a CPMI será de fato efetiva e com um propósito claro ou apenas cenário de ataques generalizados enquanto é esvaziada diante do objetivo original.
“O que aconteceu no dia 8 foi uma tentativa de golpe, foram ações terroristas e criminosas que vão ficar ainda mais evidentes quando a investigação se aprofundar aqui. Os nossos deputados vão se ocupar com muito vigor, mas é claro que não é prioridade para o governo e nem para o país essa CPMI”, disse o líder da bancada do PT, deputado Zeca Dirceu.
PublicidadeO ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o ajudante direto do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid e membros das Forças Armadas devem ser convocados a prestar depoimento no Congresso ao longo das audiências.
Confira os nomes confirmados:
Câmara –
Titulares:
André Fernandes (PL-CE), Érika Hilton (PSol-SP), Rubens Pereira Jr (PT-MA), Duarte Jr. (PSB-MA), Rodrigo Gambale (Podemos-SP), Paulo Magalhães (PSD-BA), Aluísio Mendes (Republicanos-MA), Rafael Brito (MDB/AL), Duda Salabert (PDT-MG), Delegado Ramagem (PL-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Filipe Barros (PL-PR), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Rogério Correia (PT-MG)
Suplentes:
Nikolas Ferreira (PL-MG), Marcos Feliciano (PL-SP), Carlos Veras (PT-PE), Maurício Marcon (Podemos-RS), Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ), Aliel Machado (PV-PR), Gervásio (PSB-PB), Felipe Francischini (União Brasil-PR), Adriana Accorsi (PT-GO), Any Ortiz (Cidadania-RS), Josenildo (PDT-AP), Roberto Duarte (Republicanos-AC), Laura Carneiro (PSD-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Senado –
Titulares:
Eliziane Gama (PSD-MA), Fabiano Contarato (PT-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Eduardo Girão (Novo-CE), Davi Alcolumbre (União-AP), Magno Malta (PL-ES), Ana Paula Lobato (PSB-MA), Esperidião Amin (PP-SC), Damares Alves (Republicanos-DF), Omar Aziz (PSD-AM) e Soraya Thronicke (União-MS).
Suplentes:
Angelo Coronel (PSD/BA), Randolfe Rodrigues (recém saído da Rede), Irajá (PSD/TO), Cleitinho (Republicanos-MG), Augusta Brito (PT/CE), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Jorge Seiff (PL-SC), Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Zenaide Maia (PSD/RN).
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