O empresário Ramiro Madureira, sócio da 123milhas, disse na CPI das Pirâmides Financeiras que a sua empresa seguiu uma linha de negócios “equivocada” e pediu desculpas aos clientes afetados pela quebra da companhia.
Segundo ele, a empresa cometeu um erro de avaliação em relação ao setor aéreo, projetando uma queda no preço das passagens com a recuperação pós-pandemia. No entanto, diz Ramiro, o inverso aconteceu: o mercado ficou mais aquecido e os preços seguiram altos ao longo do ano – “como se estivesse em alta temporada”, segundo o executivo. “Isso abalou os fundamentos não só do Promo [categoria de venda de passagens mais baratas], mas de toda a 123 milhas”, disse.
A CPI da Pirâmides Financeiras ouve nesta quarta-feira (6) sócios e diretores da companhia. Irritado com a falta dos representantes nas duas datas anteriores, o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), chegou a anunciar que iria requerer à Justiça a condução coercitiva dos sócios Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, e de toda a diretoria da empresa, para prestarem esclarecimentos nesta semana.
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Assista aos depoimentos:
Também foram convocados como testemunha sócios e administradores de outras empresas que trabalham com emissão e passagens e pacotes de viagens com milhas.
A CPI pretende ouvir, além dos dois sócios, entre outros:
– a sócia da empresa HotMilhas (Art Viagens e Turismo Ltda), Tânia Silva Santos Madureira;
– a administradora da empresa Novum Investimentos e Participações S/A, sócia da 123milhas, Cristiane Soares Madureira do Nascimento; e
– a diretora de Desenvolvimento Empresarial da 123milhas, Carolina Aquino.
Em agosto a 123milhas anunciou a suspensão da emissão de passagens já compradas pelos consumidores, o que afeta viagens já contratadas com embarques previstos para o período de setembro a dezembro deste ano. A empresa anunciou que vai devolver integralmente os valores pagos pelos clientes com correção monetária, mas por meio de vouchers.
O deputado Aureo entende que a atuação da 123milhas em muito se assemelha aos casos de pirâmides financeiras, em que são necessários cada vez mais recursos para realizar a sua manutenção. “A tendência é o colapso do esquema e a ruína dos participantes, que, muitas vezes de boa-fé, realizaram as suas compras e jamais recuperarão os seus recursos”, afirma. A reunião deve começar às 10 horas. (Com informações da Agência Câmara)
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