Autorizado a ficar em silêncio durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpista, o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime apresentou um atestado médico e não vai comparecer à comissão. O depoimento estava marcado para a tarde desta segunda-feira (26). A autorização para o coronel permanecer em silêncio partiu do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para quem tem pressa:
- O coronel Jorge Eduardo Naime, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), seria ouvido na CPMI dos atos antidemocráticos.
- Naime era comandante do Departamento de Operações da PMDF durante a tentativa de invasão às sedes dos três poderes da república.
- Ele é acusado de conspirar para que a polícia não agisse contra os golpistas.
- De acordo com depoimentos de policiais, Naime se ausentou da operação, enviando um número insuficiente de militares com pouco equipamento.
- Há suspeitas de que a ausência de Naime na operação fosse um plano para prejudicar seu superior e abrir espaço para assumir o comando da PMDF em seu lugar.
- A CPMI também receberá o coronel Jean Lawand Júnior, do Estado Maior do Exército, que trocou mensagens com o ex-auxiliar do presidente Bolsonaro, Mauro Cid, pedindo apoio para um golpe contra o TSE.
O atestado do coronel foi entregue à secretaria da CPMI. Segundo a equipe da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a sessão será aberta, mas logo suspensa pelo presidente da Comissão, Arthur Maia (União-BA).
Naime foi convocado pela CPI dos Atos Golpistas na condição de testemunha. Nesses casos, o convocado era obrigado a comparecer e prestar o compromisso de dizer a verdade, mas o atestado de saúde o isenta da condição.
Em janeiro, quando ocorreram os ataques de 8 de janeiro, o coronel era chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal. O coronel está preso desde fevereiro. Jorge Naime é investigado no inquérito do STF que apura possíveis omissões de autoridades pelos atos do dia 8 de janeiro.
Jorge Eduardo Naime era encarregado de, no dia da manifestação, estabelecer as diretrizes e as condições para que a PMDF pudesse acompanhar o ato bolsonarista e deter eventuais violações. Seu departamento era responsável por definir quantos policiais acompanhariam os manifestantes, qual equipamento estaria à disposição, quem comandaria cada unidade, além de fornecer detalhes da operação aos policiais envolvidos.
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