A definição do relator da CPI da Braskem criou um impasse no colegiado. Senadores governistas querem evitar que a relatoria fique com um representante de Alagoas, seja Renan Calheiros (MDB-AL) ou Rodrigo Cunha (Podemos-AL), aliado do presidente de Arthur Lira (PP-AL).
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), tentará um consenso na tarde desta quarta-feira (21), às 16h. Como o chefe do colegiado, ele pode indicar o relator que desejar, mas está buscando um acordo entre os senadores.
Inicialmente, o relator seria definido em sessão às 10h desta quarta-feira (21). Mas, depois de uma reunião a portas fechadas por mais de uma hora, os senadores saíram sem consenso. Omar ameaçou ainda deixar a presidência da CPI. Isso porque ele defende que as investigações não sejam focadas somente em Maceió.
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“O escopo dessa CPI não será específico ao Estado de Alagoas. Ela tem que ser específica ao procedimento que a empresa fez lá, essa e a empresa anterior, porque não começou esses problemas só com a Braskem. E a passividade de quem estava a frente disso e de quem permitiu que se chegasse a esse momento”, disse Omar ao encerrar a reunião. “Isso se eu presidir essa CPI, o que eu vou decidir até às 16h”.
O enfoque ou não em Maceió e a relatoria levam ao impasse na CPI. A criação do colegiado se deu por iniciativa de Renan Calheiros para investigar os afundamentos na capital alagoana.
A CPI só foi destravada no Senado depois do rompimento da mina 18 da Braskem, em Maceió em dezembro. Segundo a Defesa Civil da capital alagoana, toda a área afetada estava desocupada e o rompimento não levou a tremores de terra ou ao comprometimento de minas próximas.
PublicidadeO desastre na capital alagoana foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo, ao longo de décadas, pela Braskem. O sal-gema é um tipo de sal usado na indústria química.
Dessa forma, desde o início havia a expectativa de que Renan poderia ser o relator. No entanto, um nome que não seja do Estado, como Rogério Carvalho (PT-SE) é colocado como um meio-termo e uma forma de evitar o confronto entre os grupos políticos de Renan e Lira.
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