O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), enviou nota à bancada do Progressistas na Câmara criticando o governo Lula (PT). Segundo ele, a gestão atual cometeu “traição” com o Brasil.
“Venho aqui transmitir a vocês o meu profundo sentimento de traição desse Governo atual. Não traição com o Progressistas. Mesmo porque o Progressistas não deve e nem pede fidelidade a este Governo do PT”, diz Ciro na nota. “Pois bem, depois de apenas dois meses da promulgação da lei do marco fiscal, o Presidente da República vem a público para desacreditá-lo. Sem sequer tratar do tema com o Congresso”.
Ciro indica o apoio do PP para projetos econômicos do governo Lula, como o marco fiscal e a reforma tributária. Segundo ele, sem o seu partido os projetos não teriam sido aprovados como foram.
O senador se diz indignado com o tratamento dado ao Congresso e lembra os encontros do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para facilitar o andamento das propostas do governo.
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Para o presidente do PP, o governo Lula trata os congressistas com desrespeito ao não indicar diretamente se irá ou não alterar a meta de déficit zero.
“Não cumprir a meta fiscal, que o próprio Governo propôs, além de desrespeitar as duas Casas Legislativas que discutiram e aprovaram o marco fiscal, é também colocar em dúvida a condução da política fiscal do país. Isso é muito grave!”, diz Ciro.
As críticas de Ciro vem depois de o presidente Lula afirmar que “dificilmente” o governo federal conseguirá cumprir a meta de déficit zero em 2024, o que causou ruído com a Fazenda. Ele afirmou ainda que não quer fazer cortes em investimentos e obras.
Na segunda-feira (31), Haddad tentou amenizar as declarações do petista. “O meu papel é buscar o equilíbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo. Não é por pressão do mercado, não é porque sou ortodoxo, mas tem dez anos que é preciso voltar às contas públicas”, disse o ministro.
PP da Câmara e PP do Senado
A nota de Ciro Nogueira é direcionada à bancada do Progressistas na Câmara porque os deputados passarem ser considerados parte da base aliada do governo Lula com a reforma ministerial. O partido também recebeu o comando da Caixa, com um aliado de Lira na presidência do banco estatal.
Apesar da negociação com Lira e de Ciro ser o presidente do PP, os senadores do partido indicaram desde o início que não apoiariam o governo no Senado. Ciro é um dos senadores da oposição mais críticos ao governo publicamente.
Os integrantes do PP no Senado contam com ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL). Ciro foi ministro da Casa Civil e Tereza Cristina (PP-MS), da Agricultura.
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